Luiz Eduardo Fonseca Dorneles, 17 anos, nasceu cego total. É estagiário na área de jornalismo. Foto: Delmo Menezes / Agenda Capital.

Meu maior sonho é entrar na faculdade de jornalismo e, ao mesmo tempo, fazer um concurso público. Além disse, quero ter um bom plano de saúde

Por Delmo Menezes

Luiz Eduardo Fonseca Dorneles, 17 anos, natural de Taguatinga-DF, filho de Luiz Pedro Dorneles e de dona Janaína Fonseca, nasceu cego e com problemas nos rins. Sua deficiência nunca foi um impedimento para seus sonhos. Com uma inteligência afiada e uma paixão pela comunicação, ele está determinado a construir uma carreira de sucesso no jornalismo.

No calor da confraternização de fim de ano (13/12), da administração regional de Taguatinga, entre risadas e conversas, encontramos Luiz Eduardo. A história desse jovem estagiário nos tocou profundamente, revelando um talento e uma força de vontade acima da média.

Leia a íntegra da entrevista:

AC: Você já tem uma trajetória incrível de superação. Conte um pouco sobre quem você é e sua relação com o jornalismo.

Luiz Eduardo: Tenho 17 anos, e acabei de concluir o ensino médio. Atualmente, sou estagiário na Assessoria de Comunicação da Administração Regional de Taguatinga. Quero fazer jornalismo porque sou apaixonado por essa área. Desde pequeno, sempre fui contador de histórias, e acredito que o jornalismo e ser contador de histórias estão profundamente interligados. Ainda não decidi qual área do jornalismo vou seguir, mas uma coisa é certa, quero muito atuar nessa profissão, porque eu amo demais.

AC: Pelo que sabemos, você tem uma deficiência visual. Como é o seu a dia a dia nessa condição?

Luiz Eduardo: Sim, eu sou cego total, já nasci assim. Mas isso nunca me impediu de viver uma vida normal. Claro que faço algumas adaptações no meu dia a dia, mas interajo no computador e na internet como qualquer outra pessoa. Vivi minha adolescência como qualquer outro jovem, e acredito que minhas limitações não definem quem eu sou ou o que sou capaz de fazer.

O sonho do jovem Luiz Eduardo é cursar uma faculdade de jornalismo e passar em um concurso público para poder pagar um bom plano de saúde. Foto: Delmo Menezes / Agenda Capital.

AC: Além da comunicação, você tem outras habilidades impressionantes. Fale um pouco sobre elas.

Luiz Eduardo: Sou contador de histórias, escrevi um livro com a colaboração de mais de 50 autores e também sou enxadrista. Já fui campeão juvenil em competições de xadrez para deficientes visuais. Mas acredito que minha maior habilidade é ser comunicador, porque amo contar histórias e me conectar com as pessoas.

AC: Hoje você está participando de uma confraternização do seu trabalho, não é?

Luiz Eduardo: Sim, hoje estou aqui com minha mãe na confraternização de fim de ano da equipe da Administração Regional de Taguatinga. Lá eu trabalho como estagiário na Assessoria de Comunicação. Estou jogando dama, interagindo com o pessoal e me divertindo muito. Não há diferença, porque a inclusão é sobre isso: poder viver plenamente como qualquer outra pessoa.

AC: Além da deficiência visual, você teve outros desafios na vida. Pode nos contar sobre o transplante renal?

Luiz Eduardo: Claro! Nasci com um problema nos rins e já sabia desde cedo que, em algum momento da vida, precisaria de um transplante. Quando eu tinha 4 anos e meio, chegou o momento. Graças a Deus, deu tudo certo e, desde os 5 anos, sigo uma vida normal.

Luiz Eduardo e sua mãe Janaína Fonseca. Foto: Delmo Menezes / Agenda Capital.

AC: Quais são seus planos para o futuro?

Luiz Eduardo: Meu maior sonho é entrar na faculdade de jornalismo e, ao mesmo tempo, fazer um concurso público. Ainda não sei exatamente a ordem disso, mas são meus dois projetos principais. Quero também ter um plano de saúde bom, que é algo que depende muito da estabilidade de um concurso. Além disso, acredito que, para me destacar como jornalista, especialmente sendo cego, preciso ter algo que me diferencie. E esse diferencial, no mínimo, é ter uma boa formação.

AC: Luiz Eduardo, sua história é inspiradora. Deixe uma mensagem para outros jovens que, como você, enfrentam desafios, mas não deixam de sonhar.

Luiz Eduardo: Quero dizer que, independentemente dos desafios, todo mundo é capaz de realizar seus sonhos. O segredo é acreditar, se dedicar e nunca desistir. Limitações não nos definem; o que nos define é a forma como enfrentamos a vida e buscamos o que amamos. Espero que minha história inspire outros jovens.

Siga o Agenda Capital no Instagram>https://www.instagram.com/agendacapitaloficial

Da Redação do Agenda Capital

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here