Os irmãos Rodrigo e Rafael Gianesini são os idealizadores da startup Cidadania4u Foto: Augusto Felix

Cidadania4u diz que consegue resolver situação em um prazo médio de 2 anos, enquanto o normal pode chegar a 10 anos

Por Redação

Os irmãos Rafael, 39 anos, e Rodrigo Gianesini, 34 anos, aguardaram uma década para ter a cidadania italiana reconhecida, fato que causou desconforto, mas abriu as portas para uma ideia de negócio.

Entre acúmulos de documentos e idas aos consulados, eles decidiram apostar na tecnologia como facilitadora do processo de quem tem direito à dupla cidadania.

Eles criaram a startup Cidadania4u com a promessa de eliminar burocracias, oferecer transparência ao cliente – que consegue acompanhar em tempo real o andamento do processo –, além de acelerar o processo de reconhecimento de cidadanias como portuguesa, italiana e espanhola.

Ideia surgiu da dificuldade em ter cidadania

Rafael conta que a plataforma foi idealizada em um Subway com os amigos em Brasília. Inconformado com a demora do próprio processo de cidadania dupla, ele olhou para os pontos fracos da situação e desenhou soluções em uma folha.

“Não tinha transparência, eu senti muita ansiedade de saber se meu processo estava dando certo ou não”, relembra Rafael. Por isso, ele se propôs a projetar algo diferente: uma plataforma em que as pessoas pudessem monitorar o andamento do processo e que contasse com especialistas da área.

Ambos os irmãos já tinham afinidade com a área da tecnologia. Rafael é programador com foco em desenvolvimento de sistemas bancários. Rodrigo tem experiência na área de infraestrutura da tecnologia. Habilidades que foram essenciais, mas não suficientes, para criar a Cidadania4u.

“Tínhamos muito conhecimento de tecnologia e pouco de empreendedorismo. Não sabíamos nem anunciar vagas e contratar pessoas”, conta Rafael sobre os desafios do início da empreitada.

Feedback dos primeiros clientes ajudou a moldar o negócio

O investimento inicial para criar a empresa foi de R$ 400 mil. Na época, os irmãos moravam com a mãe e reinvestiam o valor que recebiam na própria empresa.

A primeira versão da plataforma, com aplicativo para Android e iOS, foi lançada em 2019, um ano depois da idealização do projeto. “Cobramos um valor quase a preço de custo, bem barato, para que os clientes nos passassem um feedback sobre o nosso processo”, conta Rafael.

Com apenas três meses de funcionamento, a empresa cresceu. De 13 colaboradores, expandiu-se para 60 e aumentou o escritório em Brasília.

Em 2020, abriram escritórios em São Paulo e Minas Gerais, o que levou a um prejuízo temporário durante o período de lockdown. Foi somente em 2021 que a Cidadania4u atingiu o ponto de equilíbrio e faturou R$ 21 milhões.

Diferenciais do processo

De acordo com Rafael, uma métrica importante da empresa é que até hoje todos os processos protocolados pela Cidadania4u foram reconhecidos.

Apesar de não conseguir passar um prazo fixo, visto que cada processo é individual e é feito por via judicial italiana, ele afirma que o prazo médio para o reconhecimento é de 2 anos.

A empresa Cidadania4u começou com 13 colaboradores e atualmente conta com uma equipe de 450 profissionais Foto: Augusto Felix

“Temos um recorde de uma cidadania que saiu em seis meses, sem a pessoa precisar sair de casa”, conta.

O valor médio para a cidadania a portuguesa ou espanhola, pode variar entre R$ 5.000 e R$ 9.000, a depender do nível de parentesco entre o requerente e o ancestral. Por exemplo, pode mudar o valor caso o cliente seja filho ou neto.

Já para italiana a média de investimento para um requerente varia de R$ 11 mil a R$ 50 mil, dependendo do processo, documentações e retificações, se necessário. Porém, grupos familiares têm um benefício de ingressar no mesmo processo e ratear alguns custos e taxas. Dessa forma, quanto mais interessados entrarem no mesmo processo, mais barato fica por pessoa.

Expansão da empresa

Atualmente a cidadania4u tem escritório também em Joinville, 450 colaboradores no total e teve faturamento de R$ 56 milhões em 2022.

Rafael conta que a empresa está estudando a possibilidade de expandir os serviços para cidadãos de países da América Latina que falam espanhol e que buscam a dupla cidadania europeia.

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Com Estadão

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