Uso da inteligência artificial já se tornou realidade em várias áreas.

Próxima geração de chatbots de IA, como ChatGPT e Bard, responderá de forma mais parecida aos humanos e entregará tarefas mais complexas. Risco de desemprego certamente ocorrerá, assim com a desinformação também deve aumentar.

Por Delmo Menezes

Há apenas um ano, poucas pessoas tinham ouvido falar de ChatGPT, Bard e Llama – chatbots de inteligência artificial (IA), que permitem que pessoas interajam com o “assistente virtual” como se estivessem falando ou escrevendo com uma pessoa real. Eles chegaram com a promessa de um mundo mais produtivo, mas também com a ameaça de desemprego para milhões de pessoas. O ano de 2023 foi marcado pela ascensão dos chatbots, proporcionando interações mais naturais e realizando tarefas complexas de forma mais eficiente.

Avanços e Progressos

A próxima geração de chatbots de IA promete uma interação mais humanizada, aproximando-se da linguagem e compreensão humanas. O conceito de “fase interativa”, conforme expressado por Mustafa Suleyman, co-fundador do Google DeepMind, projeta uma nova era onde as interações com IA serão mais conversacionais e adaptáveis. Essa evolução não se limita apenas à capacidade de compreensão, mas também à tomada de decisões, permitindo que esses assistentes ajam autonomamente para atingir objetivos gerais definidos pelos usuários.

A adaptabilidade é a chave para essa nova fase da IA. Os Chatbots serão capazes de se ajustar com base no feedback e nas preferências dos usuários, refletindo um modo de operação mais alinhado com a mente humana. Setores como atendimento ao cliente, vendas e marketing vislumbram um uso otimizado da IA interativa para oferecer comunicações personalizadas, melhorar a resolução de problemas e impulsionar a inovação.

Além disso, a IA interativa se apresenta como uma aliada na execução de tarefas complexas, envolvendo interações com humanos, sites e outros chatbots. Sua capacidade de lidar com retornos avançados dos usuários promete prevenir a produção de conteúdo prejudicial ou ofensivo, garantindo a entrega precisa de projetos complexos.

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Desafios e Preocupações

Apesar dos avanços, persistem desafios significativos. A busca por aprimorar a autenticidade e a qualidade do conteúdo gerado pela IA é uma demanda premente. Apesar do incrível poder dos modelos de linguagem de grande escala (LLMs), com os quais esses chatbots são desenvolvidos, os críticos dizem que eles estão plagiando conteúdo da internet e produzindo material de má qualidade, com erros ou com preconceito político ou racial.

Outra preocupação diz respeito ao impacto da IA no mercado de trabalho. Embora a substituição massiva de empregos ainda não tenha se concretizado, existe a previsão de que áreas como criação, finanças, direito e medicina poderão eventualmente ser afetadas pela automação promovida pela IA. Isso levanta questões sobre o futuro do emprego e a necessidade de requalificação profissional.

Além disso, o potencial para disseminação de desinformação, exemplificado pelos vídeos deepfake, é uma preocupação crescente. Com a proximidade das eleições nos Estados Unidos, há temores de uma “eleição deepfake”, onde a fronteira entre o real e o artificial se torna cada vez mais tênue, criando um ambiente propenso à manipulação e à confusão dos eleitores.

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Perspectivas para 2024

À medida que a IA evolui, é essencial equilibrar os avanços tecnológicos com considerações éticas e regulamentações adequadas. O aprimoramento da qualidade do conteúdo gerado pela IA, a proteção contra desinformação e a preparação para mudanças no mercado de trabalho são áreas críticas que exigem atenção.

O ano de 2024 se desenha como um período de transição, onde a IA não apenas se tornará mais integrada às atividades cotidianas, mas também enfrentará desafios substanciais. O caminho para uma IA mais interativa, ética e responsável requer um esforço conjunto de pesquisadores, empresas e governos para garantir que seu desenvolvimento seja conduzido de maneira consciente e benéfica para a sociedade como um todo.

À medida que a competição entre os criadores de IA aumenta, com dezenas de bilhões de dólares sendo investidos em todo o mundo, os grandes nomes do setor tentam prever o futuro dessa tecnologia.

Um deles, o cofundador do Google DeepMind, Mustafa Suleyman, acredita que o futuro dos assistentes de IA está na capacidade de interagir cada vez melhor com os seres humanos.

“A terceira onda será a fase interativa”, disse Suleyman à MIT Technology Review em setembro. “É por isso que aposto há muito tempo que a interface do futuro é a conversa. Em vez de apenas clicar em botões e digitar, você vai conversar com sua IA.” 

Menos artificial

A interatividade permitirá que os humanos conversem com seu chatbot de IA. Enquanto sistemas como Alexa, da Amazon, respondem a comandos simples, a próxima geração será capaz de responder de forma mais parecida com seres humanos.

Suleyman também afirmou que elas ainda poderão tomar decisões por conta própria. Desta forma, os usuários poderão dar ao assistente “um objetivo geral de alto nível, e ele usará todas as ferramentas possíveis para agir”.

Para atingir o objetivo definido pelo usuário, a IA interativa irá dialogar com outras pessoas e outros chatbots

A tecnologia também se adaptará às preferências e aos feedbacks dos usuários, contribuindo para que os computadores funcionem de forma mais parecida com a maneira como os humanos trabalham e pensam.

As empresas poderão usar a IA interativa para melhorar o atendimento ao cliente, orientando os usuários nas etapas de solução de problemas.

A tecnologia também pode ajudar nas vendas, no marketing e na geração de leads, oferecendo comunicação personalizada de acordo com as necessidades individuais do cliente.

Promessas da IA interativa

Os especialistas do setor acreditam que a IA interativa produzirá conteúdo mais inovador e original.

A IA interativa também será capaz de assumir tarefas mais complexas e demoradas que exigem interação com outros seres humanos, sites e chatbots e poderá informar o usuário regularmente sobre o progresso ou resultados.

Por ser capaz de lidar com retornos mais avançados dos usuários, a IA interativa também pode impedir a produção de conteúdo prejudicial ou ofensivo e garantir que projetos complexos sejam entregues exatamente como especificado.

Várias empresas já estão na corrida do desenvolvimento da interatividade. O chatbot da Suleyman, Pi AI, é um precursor da IA interativa. Anunciado como “sua IA pessoal”, foi projetado para ser usado para desenvolvimento de ideias, planejamento, aprendizado ou apenas para desabafar.

Outra versão inicial da IA interativa é o Character.ai, que permite que os usuários interajam com vários personagens de chatbots com “personalidades” criadas por outros usuários. Muitos dos personagens criados são fictícios ou baseados em celebridades. A plataforma informa que a variedade existe para permitir conversas e dar conselhos.

Embora Suleyman acredite que a IA interativa marcará presença em 2024, outros especialistas avaliam que a verdadeira interatividade com chatbots ainda deve levar alguns anos para ocorrer.

Tecnologia se espalha rapidamente

O fundador da Microsoft, Bill Gates, acredita que a IA está prestes a “turbinar o canal de inovação”, à medida que mais pessoas usam a tecnologia.

Em uma postagem de fim de ano em seu blog, Gates disse que países de alta renda, como os EUA, veriam níveis significativos de uso de IA pela população em geral dentro de 18 a 24 meses.

Gates também prevê que os países africanos terão um uso parecido de IA dentro de três anos ou mais.

“Isso ainda é uma lacuna, mas é muito mais curta do que o tempo de atraso que vimos com outras inovações”, segundo Gates.

Essas previsões para a IA, no entanto, alimentam a preocupação de que a tecnologia poderá substituir rapidamente milhões de empregos que foram em sua maioria poupados durante a revolução da informática dos últimos 30 anos.

Entre as outras previsões negativas para a IA em 2024, alguns analistas de tecnologia alertam sobre a proliferação de vídeos deepfake e outras desinformações antes da eleição presidencial dos EUA em novembro.

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Da Redação do Agenda Capital

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

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