Desembarque do jogador Neymar da Seleção Brasileira em Doha. Créditos: Lucas Figueiredo/CBF

Mundial começa neste domingo (20) às 13h (horário de Brasília), no estádio Al Bayt com duelo entre Catar e Equador.

Por Redação

Começa neste domingo (20), no Catar, a 22ª edição da Copa do Mundo da Fifa. Pela primeira vez, a competição será realizada em um país do Oriente Médio e no final do ano. A cerimônia de abertura do evento começa às 12h (horário de Brasília).

A partida de estreia entre Catar e Equador acontece um pouco mais tarde, às 13h (horário de Brasília), no estádio Al Bayt, localizado a 40 quilômetros ao norte da capital Doha. O palco da partida foi inspirado nas tendas usadas historicamente pelos povos nômades do Catar — chamadas de “bayt al sha’ar” — e tem capacidade para 60 mil pessoas.

Sobre a primeira Copa do Mundo no Oriente Médio pouco se fala no país-sede do Mundial, o Catar, dono de uma das maiores reservas de petróleo do mundo e da terceira maior de gás natural. Horas antes de a bola rolar, o debate era centralizado nas críticas por acusações do Catar de violar direitos humanos e questionamentos dos torcedores a respeito da proibição da venda de bebida alcoólica nos estádios.

Homens tocam instrumentos musicais na abertura do Fifa Fan Festival, em Doha, no Catar. Foto: Reprodução

Os torcedores estão empolgados com o torneio nas ruas de Doha, capital do Catar, uma pequena nação situada às margens do Golfo Pérsico, mas a Fifa e o Comitê Supremo para Entrega e Legado lidam com críticas todos esses dias que antecederam o pontapé inicial da competição.

O código penal do país muçulmano, que se tornou uma potência econômica a partir da descoberta do petróleo, em 1940, proíbe o casamento e relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, que podem ser punidas com até sete anos de prisão e também não tolera manifestações afetivas em público.

As cobranças fizeram Gianni Infantino, presidente da Fifa, contra-atacar. A fim de rebater os críticos, ele disse se sentir catariano, árabe, africano, gay, deficiente e trabalhador imigrante e afirmou que não são justos os questionamentos. “O que está acontecendo agora é profundamente injusto”, rebateu o dirigente, que voltou à sua infância na Suíça para contar ter sido discriminado.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, rebateu as críticas à organização da Copa do Mundo no Catar. 

“Não sou tudo o que mencionei antes, e não sou realmente um trabalhador estrangeiro, mas me sinto assim porque sei o que é ser discriminado”.

O presidente da Fifa garantiu que as condições dos trabalhadores, quase todos imigrantes, melhoraram desde que as obras começaram. “Quando cheguei em Doha, vim para ver os alojamentos dos trabalhadores e disse que as condições não eram boas e deveriam mudar, e, assim como a Suíça mudou, o Catar também melhorou”.

Ele fez uma provocação ao dizer que os torcedores podem “sobreviver” sem consumir cerveja durante os jogos. A bebida será vendida apenas nas “fan fests” oficiais e com limitação de quatro copos por torcedor.

Chegada da Seleção Brasileira

O Catar agora é a realidade do Brasil. Após cinco dias de atividade em Turim, na Itália, a Seleção Brasileira desembarcou neste sábado (19) em Doha, cidade que receberá os jogos da Copa do Mundo FIFA Qatar 2022.

Desembarque do jogador Pedro da Seleção Brasileira em Doha. Créditos: Lucas Figueiredo/CBF

O desembarque da equipe aconteceu às 23 horas e foi acompanhado por centenas de torcedores, que manifestaram o seu apoio ao time brasileiro na busca pela tão sonhada sexta estrela.

Recepção amistosa

As críticas a respeito das condições sofríveis dos colaboradores que trabalharam nas obras dos oito estádios contrastam com as palavras de alguns desses trabalhadores, incluindo também voluntários. O queniano Francis é um deles. Ele deixou seu país há oito anos para tentar uma vida melhor no Catar e se aplicou para ser voluntário durante a realização do Mundial.

Desembarque do jogadores da Seleção Brasileira em Doha. Créditos: Lucas Figueiredo/CBF

“Trabalhei na construção dos estádios e não tive problemas”, relatou o queniano ao Estadão, um dos que ajudou a erguer o Al Bayt, estádio que será palco da abertura da competição neste domingo. “Eles (organizadores) têm sido gentis comigo”.

Francis agora é um dos voluntários destacados para trabalhar no Grand Hamad Stadium, centro de treinamento da seleção brasileira durante toda a Copa do Mundo e casa do clube Al Arabi. O local é pequeno, mas bem cuidado e as condições dos gramado são boas. “Eu estou aqui justamente por causa do Brasil”, diz o queniano, fã da seleção brasileira, para quem torcerá no Catar, além de Gana. O clube do qual é fã é o Manchester United. “Gosto do Casemiro e do Fred”.

São muitos os imigrantes no Catar. Eles vêm, no geral, de países pobres da África e da Ásia, como Nepal e Bangladesh. Trabalham como motoristas, seguranças, garçons e em outras funções similares. De Bangladesh veio o jornalista Arafat Zubaear. Ele e seu colega passaram parte da visita ao CT em que treinará a seleção brasileira entrevistando jornalistas brasileiros. “Gosto muito do Brasil. Vou torcer pela seleção brasileira”, diz ele.

Em seu país, sobretudo na capital Daca, há uma polarização na torcida. Metade apoia a seleção brasileira e a outra metade, a Argentina.

É possível notar, andando pelas ruas, instalações do Mundial e outros lugares no Catar que existe um esforço da nação árabe para ser gentil e afável na recepção aos torcedores estrangeiros. A estimativa é de que mais de 1 milhão de turistas tenham viajado ao país para assistir às partidas da Copa.

Oito estádios vão receber jogos da Copa do Mundo do Catar. 

No aeroporto, a entrada dos turistas tem sido rápida. Ainda que centenas de voos tenham chegado ao Catar, o processo é célere, uma vez que, na imigração, são poucas as perguntas. É checado o número do passaporte e do Hayya Card. Na saída do aeroporto, os funcionários das operadoras ligadas à organização do Mundial entregam um chip de celular gratuito por dois ou três dias. Depois disso, o turista tem de fazer uma recarga para continuar usando o serviço.

Desembarque do jogador Gabriel Jesus da Seleção Brasileira em Doha. Créditos: Lucas Figueiredo/CBF

Um problema, no entanto, tem sido o funcionamento do Hayya Card, espécie de visto obrigatório para entrar no país. Há relatos de que o documento digital, que guarda os dados do visitante, seja torcedor, jornalista ou da organização, muitas vezes apresenta falhas e fica sob revisão.

Agenda de jogos do Brasil

A seleção brasileira estreia no dia 24 de novembro contra a Sérvia no estádio Lusail às 16h, pega a Suíça no dia 28, às 13h, no estádio 974, e fecha a primeira fase no dia 02 de dezembro, às 16h, contra Camarões novamente no Lusail.

Se passar em primeiro lugar, a Seleção joga as oitavas no dia 05/12 às 16h, as quartas no dia 09 às 12h e a semifinal dia 13 às 16h.

Se passar em segundo lugar, começa o mata-mata dia 06 às 16h nas oitavas, faz quartas no dia 10 às 12h e semi no dia 14 às 16h. A final da Copa do Mundo é dia 18, domingo, às 13h.

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Com informações do Estadão e Agenda Capital

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