Palácio do Planalto: Foto: Reprodução

Dos quatro primeiros colocados nos levantamentos da corrida presidencial, por exemplo, três já foram bem testados nas urnas: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro; e o ex-ministro Ciro Gomes. Somente em quarto lugar aparece o ex-juiz Sergio Moro, que entrou oficialmente para a política. Não podemos esquecer que nos últimos dias o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tem se apresentado com uma possibilidade real de uma terceira via. 

Na última sexta-feira, levantamento Exame/Ideia mostrou que Lula lidera todos os cenários eleitorais para a presidência.

Na avaliação do cientista político Leonardo Leite, o “recall” é atrativo por diversos motivos. “Lula é o mais experiente, pois concorre desde 1989 e traz em sua bagagem de governo a aliança com os mais necessitados. Ciro também é muito conhecido, especialmente no Nordeste. Bolsonaro, obviamente, é o que está na imprensa agora e tem a máquina na mão. Também ainda tem um segmento muito fiel a ele”, elencou.

Carlos Pereira, pesquisador e professor da FGV Ebape, lembrou que a mesa ainda está sendo posta. “Há muitos eleitores indecisos e antiLula, antiBolsonaro. Em 2020, quase 50% dos eleitores romperam com Bolsonaro na pandemia, a maioria por causa da falta de medidas contra a covid-19”, disse. “Os antipetistas também romperam com o presidente, agora com o retorno da inflação e o descontrole das contas públicas. Mas esse eleitor não está disposto a votar em Lula. Assim, é nesse setor que vai se inserir a candidatura de Sergio Moro. Trata-se de uma grande fatia da classe média.”

Terceira via

Além de Ciro e Moro há um leque de nomes que quer representar a alternativa à polarização Lula-Bolsonaro, a chamada terceira via: Rodrigo Pacheco (PSD), Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), Simone Tebet (MDB), Luiz Felipe D’Avila (Novo), Alessandro Vieira (Cidadania), além de um tucano — as prévias no PSDB estão marcadas para o próximo dia 21 e estão no páreo para representar o partido na corrida eleitoral os governadores de São Paulo, João Doria; e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto.

“A etapa em que nós estamos é justamente de apresentação de nomes e de propostas. Mais adiante — lá para fevereiro ou março —, espero que a gente possa iniciar uma segunda etapa, que é de concentração de uma candidatura ou a menor quantidade possível de candidaturas nesse espaço da terceira via”, afirmou o senador Alessandro Vieira.

Mesmo que haja muitos nomes possíveis para levantar a bandeira da terceira via, os reais pré-candidatos aparecerão apenas no próximo ano, como destacou Carlos Pereira. “Na última eleição, os partidos estavam em frangalhos, a política tradicional estava toda corrompida e, consequentemente, um candidato outsider, que se vendia como alternativa, deixou um espaço grande para uma candidatura baseada em renovação. Bolsonaro foi hábil para assumir essa posição”, frisou.

“Agora, porém, essa eleição vai ser diferente, porque tudo que o presidente fez gerou consequências sobre o discurso da renovação. Existe um mercado muito fértil para uma candidatura alternativa e, como existem muitos possíveis pré-candidatos agora, ainda não se sabe quem realmente vai desabrochar”, acrescentou.

Segundo o especialista, o nome com maior destaque é o do ex-ministro da Justiça. “Se eu pudesse apostar em algum agora, seria Moro, por causa do sentimento contra Lula e Bolsonaro”, disse. “É preciso observar as prévias do PSDB e ver se o partido vai se apresentar de forma robusta ou terá um desenvolvimento pífio, como em 2018.”

A análise de Leonardo Leite é similar: “Agora, a grande atração da terceira via, na minha avaliação, não é nenhum desses nomes novos. Quem vem para ficar é o Sergio Moro. Ele é o nome da terceira via que está aparecendo em todas as pesquisas. O interesse em torno da candidatura dele vai crescer muito”. Para o especialista, “Moro, além de ter a questão da Lava-Jato, que já agrada muita gente, tem um perfil que vai ser formatado para atender bandeiras liberais que Bolsonaro não conseguiu entregar, por exemplo, privatizações, atração de investimento estrangeiro, modernização da economia, reformas importantes”.

Com Informações do CB 

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