Por Ricardo Callado
Desde que assumiu o governo, em janeiro de 2015, Rodrigo Rollemberg (PSB) teve poucos momentos de calmaria. A crise econômica e a troca de equipe em sequência minaram parte de sua popularidade.
As gravações da deputada Liliane Roriz (PTB), aparentemente, ajudam o Executivo. A turbulência mudou de endereço. Pousou nos corredores da Câmara Legislativa. Não que o Palácio do Buriti deva achar que terá dias de calmaria. A recomendação é de cautela. Ainda não se sabe à proporção que essa crise vá tomar. E seus desdobramentos.
Nos bastidores políticos, fala-se em mais gravações. E que atingem muito mais personagens. Dos dois lados da Praça do Buriti. Poucos tiveram acesso ao conteúdo. Alguns jornalistas locais, e também de um grande jornal e de uma revista, ambos de circulação nacional. As gravações seriam distintas. E de casos diferentes.
Além de denúncias de supostos acertos de propina envolvendo dinheiro público, existe uma crise política e uma guerra de comunicação.
A política brasiliense está novamente sob fogo cruzado. Os casos são graves e precisam ser apurados. Esse processo obedece um rito para desgastar a imagens dos envolvidos. Entre uma gravação e outra, um intervalo de alguns dias para vir a público. É uma ação organizada, com mentores e intermediários. E muita contrainformação. E vai romper setembro.
A Câmara Legislativa foi atingida em cheio. Notas de partidos de esquerda aconselharam a presidente da Casa, Celina Leão (PPS), se afastar do cargo. É jogo para a plateia. Celina não é boa de receber conselhos, principalmente de adversários. Só fizeram que essa decisão fosse descartada. Celina e os outros deputados citados vão para a guerra política. Só não irão brigar com os fatos.
O Palácio do Buriti é o alvo. O governador Rodrigo Rollemberg vai enfrentar uma oposição ainda mais acirrada. Se o jogo é da guerra, o Governo de Brasília terá que aposentar o cubo mágico. E colocar seus soldados para sair em defesa do Executivo.
É possível discutir política sem descer o nível. Hoje, muito se fala, e pouco se ouve. Muito se prega, pouco se debate. E quando há troca, esta acontece menos como debate e mais como disputa, sempre com cada lado buscando ter a última palavra e vencer. Mas nessa guerra não há vencedor.
A entrevista de Celina na quinta-feira (18) foi uma tentativa de virar a batalha da comunicação, apresentando a sua defesa, e partindo para o ataque. O objetivo é colocar a crise no colo do Buriti.
O Executivo precisa também de uma estratégia que vá além do cubo magico. Não basta desqualificar a CPI da Saúde, já que o governo é o ordenador de despesa. E, ainda, jogar a responsabilidade para o Ministério Público. É preciso de algo mais.
Quem sobreviver a essa crise vai sair desgastado e, contraditoriamente, também fortalecido.
Uma crise na Câmara não garante paz ao governador. É preciso estar atento 24 horas. Pisando em ovos. A situação não é nada boa. Rollemberg foi eleito num período conturbado da política e da economia brasilienses. Herdou problemas e modelo de administração contaminado. Soma-se a isso a falta de habilidade política de sua equipe.
O governador tem inimigos por todos os lados. Na base aliada, na ex-base aliada, na oposição, nos gabinetes no Buriti, no funcionalismo público. Rollemberg não tem o direito a descanso. Até para manter a sobrevivência política. Não basta apenas ter um vigilante, é preciso estar vigilante.
A imprensa, o Ministério Público e o Judiciário farão a sua parte. Até setembro chegar!
Da Redação com informações do Blog do Callado
Veja bem aquele prédio da câmara legislativa deveria se transformar no melhor hospital da América latina teríamos pediatria de pais de primeiro mundo e os deputados deveriam legislar em colégios em praças em cinemas em tendas portanto todos sabem que aquilo é um circo.