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Ter convívio íntimo com outra pessoa, muitas vezes tão diferente de você, nem sempre é fácil, mas é possível alinhar os objetivos em comum e aprender a respeitar as diferenças para fortalecer a relação.

Por Redação

Embora em princípio as discussões a dois marquem distâncias e estabeleçam diferenças, a verdade é que representam um nível de comunicação muito próximo. Quando bem administrado, o resultado é o aumento da confiança mútua.

Muitas vezes, acredita-se que as discussões são um sinal de que as coisas não estão indo bem no relacionamento, mas isso nem sempre é assim. Neste, como em tantos outros aspectos das relações sociais, o que importa não é o quê, mas como e quando.

De fato, gostemos ou não, as brigas são um elemento do qual nenhuma relação escapa. É normal que aconteçam e podem se tornar um agente desgastante para o relacionamento, mas também constituem um espaço para colocar diferenças ou desentendimentos na mesa e promover o crescimento mútuo. Tudo depende.

É normal que a convivência gere atrito e tensão. Acontece não só entre cônjuges, mas também nas famílias, com companheiros de quarto, no trabalho, etc.

Da mesma forma, é saudável que todos esses atritos encontrem uma maneira de se expressar e se processar. Assim, as discussões também podem ter uma face positiva; na verdade, poderíamos considerar um mau indicador o fato de não haver nenhuma em um casal.

As discussões do casal permitem franqueza e honestidade, negociação de soluções para desentendimentos e maior intimidade.

Discutir é uma forma de reafirmar a independência de cada pessoa. Você perderia seu senso de identidade se concordasse com sua esposa (a), parceiro (a) o tempo todo, não acha? Ter alguns conflitos de vez em quando mostra que vocês são pessoas diferentes e até abre espaço para conversas, ideias e uma compreensão melhor um do outro.

Certas discussões também ajudam a definir melhor os limites de cada um, uma vez que deixam claro o que é e o que não é aceitável. Isso é essencial em todo relacionamento saudável.

“Não é possível manter a paz usando a força. Isso só pode ser alcançado através da compreensão”. (Albert Einstein).

As discussões do casal

As discussões como fenômeno, são inevitáveis, a menos que realmente não haja mais nada em comum ou haja um desejo neurótico de evitar o conflito a todo custo. Caso contrário, é normal e saudável que, de tempos em tempos, certas discrepâncias de critérios venham à tona e sejam discutidas.

Esses tipos de negociações intensas não são sinal de deterioração do vínculo, nem de que o amor está desaparecendo. O conflito é um resultado natural quando as decisões tomadas por uma pessoa afetam a outra.

O desejo de evitá-las, bloqueando emoções e pensamentos, acaba cobrando seu preço. Acumular pontos de desacordo não resolvidos no futuro causa uma tempestade muito séria que realmente afeta a raiz do relacionamento. Usando outra analogia, os relacionamentos precisam ser ventilados da mesma forma que os espaços físicos.

Sobre o tema das discussões de casal parece haver uma chave importante, de acordo com um estudo realizado pela Universidade do Tennessee. Casais que discutem sobre problemas solucionáveis tendem a ser mais felizes. Eles discutem sobre assuntos como tarefas domésticas, gerenciamento de finanças, férias, etc. Por outro lado, quando tocam em dificuldades mais sérias, como sexualidade, educação dos filhos, expectativas frustradas etc., procuram fazê-lo em termos não polêmicos, mas sim em diálogo.

Assim, discutir é positivo, desde que não seja a porta de entrada para uma encruzilhada existencial para a qual não há soluções fáceis ou rápidas, mas que implique uma reflexão profunda e, às vezes, mudanças estruturais.

Se as discussões do casal forem saudáveis, elas fortalecerão o relacionamento.

As contribuições das discussões 

Fazendo essas ressalvas, pode-se dizer que as principais contribuições das discussões são as seguintes:

  • Favorecem o conhecimento mútuo. Nas discussões, surgem atitudes e comportamentos das pessoas que não são detectados a olho nu em outros tipos de situações.
  • Elas contribuem para a franqueza. A estrutura de uma discussão é mais propícia para expressar discordâncias. Não é fácil ou confortável de fazer em outras situações. Uma vez que o portão foi aberto, é mais fácil para tudo fluir atrás dele.
  • Elas aumentam a intimidade. Embora em princípio as discussões a dois marquem distâncias e estabeleçam diferenças, a verdade é que representam um nível de comunicação muito próximo. Quando bem administrado, o resultado é o aumento da confiança mútua.
  • Elas permitem detectar problemas que foram negligenciados. É comum que durante as discussões a dois, detalhes que não foram levados em consideração venham à tona. Se for mantida uma atitude de escuta, esta nova informação é muito valiosa.
  • Elas prolongam a vida. Um estudo da Universidade de Michigan descobriu que, quando os casais brigam em termos razoáveis, tanto o relacionamento quanto a vida dos cônjuges tendem a ser mais longos.

Uma conclusão chave

Relacionamentos fortes passam por vários momentos e fases. Cada um deles contribui para a construção de um vínculo mais estável e profundo, desde que essas mudanças sejam gerenciadas adequadamente. É preciso aprender a processar os conflitos.

Se as brigas do casal ocorrerem de forma saudável, o que se seguirá a elas será uma união mais estreita. As linhas vermelhas são maus-tratos ou desrespeito. Por mais apaixonada que seja uma discussão: isso não significa que haja o direito de atacar o outro. Aprender a brigar em casal também é uma arte e quem aprende é mais feliz.

A atenção com o outro é o principal elemento para fortalecer a relação, mas é importante não descuidar de você. Em muitos casos, uma ajuda profissional, individual e/ou para o casal, pode ser essencial para fortalecer o relacionamento.  

Lembre-se de que uma relação envolve duas pessoas com diferentes visões de mundo, incluindo desejos e pensamentos. Se o objetivo é permanecer juntos, enaltecer as semelhanças e respeitar as diferenças são atitudes fundamentais. 

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Com informações do site “A Mente é Maravilhosa” e complemento do Agenda Capital

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