Técnico do Flamengo supera doença e desemprego no caminho na busca pela Glória Eterna; SBT transmite decisão da Libertadores. O rubro-negro encara o Athletico-PR neste sábado às 17 com transmissão pelo SBT e SportTV, pela disputa da Taça Libertadores da América.
Por Redação
O técnico Dorival Júnior é um dos grandes personagens da final da Copa Libertadores de 2022. No Flamengo há quatro meses, o treinador de 60 anos precisou trilhar um caminho surpreendente, nos últimos anos, até ser finalista da competição mais desejada da América do Sul. Neste sábado (29), o SBT transmite a decisão entre Flamengo e Athletico-PR.
Curiosamente, a história recente de Dorival Júnior pode ser contada a partir da saída do Flamengo, no fim de 2018. De lá para cá, o comandante teve que lidar com um câncer e com um longo período distante das quatro linhas. A trajetória parece ter mudado o rumo da carreira do treinador.
Um câncer para vencer – e refletir
Dorival foi diagnosticado com um câncer na próstata no primeiro semestre de 2019, meses depois de ter sido dispensado pelo Fla. Há três anos, o treinador teve que recusar algumas propostas para tratar da doença, divulgada publicamente em setembro daquele ano. No mês seguinte, o técnico realizou a cirurgia para retirar o câncer.
O procedimento teve sucesso, e Dorival pôde não só vencer a doença, como também refletir sobre a própria vida. O câncer foi a chave para o treinador se reconectar com os familiares durante o tratamento.
“O câncer me fez dar outro valor à vida. A tradição do café da tarde vem dos meus pais. Eu havia perdido isso, havia deixado para lá. Mas, depois de encarar essa doença, esse momento voltou a fazer sentido, e eu o recuperei completamente”, afirmou o técnico em entrevista ao UOL.
Superado o susto da doença, o comandante teve um retorno ao futebol poucos meses depois. O Athletico-PR foi o clube que Dorival Júnior teve oportunidade de voltar ao futebol, em 2020, ano marcado pela pandemia da Covid-19 e dois anos antes de… bem, a história é quase conhecida.
Athletico-PR e novo desemprego
A passagem do técnico pelo Furacão teve dois momentos: de janeiro a março, com a disputa do Campeonato Paranaense, Supercopa do Brasil e Libertadores, e de julho a agosto, após o futebol nacional ter parado nos primeiros meses da pandemia. E foi justamente o vírus da Covid-19 que teve relação direta com o fim do trabalho no Athletico-PR.
Nos primeiros meses, Dorival passou invicto nos desafios do Paranaense, perdeu a Supercopa do Brasil para o Flamengo – sim, o Flamengo, por 3 a 0 – e esteve à frente do time apenas por dois jogos na Libertadores, tendo uma vitória e uma derrota. O futebol ficou parado no Brasil por quatro meses.
Na volta, o Furacão confirmou a conquista invicta da competição estadual. No entanto, o treinador foi diagnosticado com Covid-19, que parece ter sido o motivo de uma queda da equipe. Três derrotas seguidas depois – sendo a primeira com o filho Lucas Silvestre -, Dorival foi demitido do Furacão. A queda no clube paranaense foi um início de um novo longo período fora do esporte.
2021 em branco; 2022 agitado
Dorival Júnior ficou sem trabalhar oficialmente no futebol de agosto de 2020 a março de 2022. No meio de tudo isso, o futebol brasileiro passou por uma transformação, com a chegada esmagadora de diversos treinadores estrangeiros. Um deles foi Paulo Sousa, contratado com a missão de recolocar nos trilhos um machucado Flamengo depois do vice da Libertadores de 2021.
A chance de retorno ao futebol surgiu para Dorival no fim do mês de março, no Ceará. Pelo Vozão, foram 18 jogos, com 11 vitórias, quatro empates e três derrotas. Mais do que os resultados, o desempenho do time de Dorival se tornou motivo de repercussão, tendo uma campanha invicta na Copa Sul-Americana, em que deixou para trás o temido Independiente.
No Flamengo, as coisas ficavam ruins para Paulo Sousa a cada jogo que passava. Com desempenho bastante criticado e resultados insatisfatórios, o português foi demitido do Rubro-Negro no início de junho, no dia 9. Um dia depois, o retorno de Dorival ao clube se tornou realidade.
O Flamengo até teve algumas derrotas no início, mas não demorou para engrenar. E voou em campo depois que conseguiu se estabelecer. Com o time “A” de copas e “B” no Brasileirão, a equipe conseguiu ter uma sequência de 19 jogos de invencibilidade. No período, a campanha na Libertadores foi avassaladora.
No agregado, o Rubro-Negro passou no mata-mata da competição continental com 8 a 1 diante do Tolima, 3 a 0 frente ao Corinthians e 6 a 1 contra o Vélez. A vaga na final da Libertadores foi conquistada com sobras, enquanto a campanha na Copa do Brasil correu bem e, no Brasileirão, os reservas corriam para se recuperar do início ruim.
Para Dorival, o trabalho no Fla pôde ser referendado com o título da Copa do Brasil – a segunda taça do torneio na carreira do comandante. No entanto, é em Guayaquil que a surpreendente trajetória do técnico pode ganhar o capítulo mais importante. A conquista da Libertadores pode ser uma glória eterna para o treinador.
Com informações do SBT
