Opositor de Nicolás Maduro realiza giro pelas Américas e afirma que estará em Caracas para assumir Presidência em 10 de janeiro de 2025.
Por Redação
O ex-candidato ao opositor venezuelano, Edmundo González, reiterou neste sábado (4) sua intenção de estar em Caracas no dia 10 de janeiro para assumir a Presidência da Venezuela. Entretanto, ele não revelou uma estratégia que pretende adotar para evitar sua prisão pelas forças de segurança do governo de Nicolás Maduro, que já emitiu um mandato de prisão contra ele e oferece uma recompensa de US$ 100 mil por informações que levaram à sua captura.
“É um dado transmitido de emoções, não somente pelo que representa minha presença em Caracas nesse dia, mas por todas as situações”, afirmou González durante coletiva de imprensa realizada na Argentina, onde se reuniu com o presidente Javier Milei. Questionado sobre os detalhes de sua entrada no país, o depositante respondeu que não poderia adiantar informações. “Minha intenção é ir para a Venezuela simplesmente para tomar posse do mandato que os venezuelanos me deram”, declarou, sem oferecer mais detalhes.
Nos últimos dias, o governo venezuelano intensificou medidas de vigilância, com anúncios espalhados em aeroportos e postos de controle oferecendo uma recompensa pela captura de González. Diosdado Cabello, ministro do Interior, alertou que, caso o opositor tente regressar ao país, será recebido pela polícia no aeroporto.
Giro diplomático e apoio internacional
Uma coletiva de imprensa na Argentina marcou o início de um giro diplomático pelas Américas que González realizou antes do dia 10 de janeiro. Em Buenos Aires, ele encontrou apoio do presidente Javier Milei, que conquistou sua vitória nas polêmicas eleições presidenciais de julho de 2024. A oposição venezuelana denuncia que o pleito foi fraudado, acusação reforçada pela falta de transparência do governo Maduro, que nunca divulgou as atas eleitorais com os resultados detalhados.
Ao lado do chanceler argentino, Gerardo Werthein, e da ministra da Segurança, Patricia Bullrich, González solicitou de Milei um posicionamento firme sobre seu triunfo eleitoral. “A metodologia, as formas e a decisão de como será feita essa posse estão nas mãos de quem ganhou as eleições”, declarou Bullrich. A Argentina é o primeiro país visitado por González no tour, que também incluiu um encontro com o presidente uruguaio Luis Lacalle Pou, em Montevidéu, no mesmo dia.
A agenda internacional do opositor segue intensa. Ainda no sábado, ele embarcou para os Estados Unidos, onde terá reuniões com o presidente Joe Biden e líderes do Congresso americano. Um encontro com o presidente eleito Donald Trump ainda está em negociação. Antes do dia 10 de janeiro, González também visitará o Panamá e a República Dominicana, países que estão posicionados contra a validação da vitória de Maduro pelo Tribunal Supremo de Justiça venezuelano.
Clima de tensão na Venezuela
A posse de González promete intensificar ainda mais o clima de tensão na Venezuela. Enquanto o governo chavista segue firme na narrativa de que Nicolás Maduro foi o legítimo vencedor das eleições de 2024, a oposição e países aliados contestam a legalidade do pleito. Maduro, por sua vez, já anunciou que no dia 10 de janeiro terá início ao seu terceiro mandato presidencial, ignorando os apelos internacionais por uma revisão dos resultados.
Apesar das adversidades, González mantém sua posição como símbolo de resistência democrática na Venezuela. Suas movimentações estratégicas nas Américas geraram apoio significativo, mas o estágio de sua tentativa de retorno ao país ainda é incerto. A data de 10 de janeiro poderá marcar um divisor de águas na política venezuelana, com possíveis implicações para toda a região.
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Da Redação do Agenda Capital