Palácio do Buriti. Foto: Agência Brasília

Os três partidos têm pré-candidaturas ao Palácio do Buriti e ainda conversam com o PSB, que tem outro candidato, para formar chapa única

Por Matheus Garzon

A recém-criada federação partidária entre PT, PV e PCdoB pode ter deixado claro o rumo das legendas para as Eleições 2022 no âmbito do Executivo nacional, mas trouxe um ponto de interrogação na disputa pelo governo do Distrito Federal. Afinal de contas, com a união dos partidos passou a ser cinco o número de pré-candidatos que orbitam a figura do ex-presidente Lula na capital.

Só dentro do PT há dois nomes que disputam a preferência da sigla: a diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) Rosilene Corrêa e o ex-deputado federal Geraldo Magela. Pelo PV, o distrital Leandro Grass já conduz a pré-campanha há alguns meses e no PCdoB o escolhido é João Goulart, filho do ex-presidente de mesmo nome.

O quinto nome, do ex-secretário de Educação Rafael Parente, vem do PSB, onde a situação é um pouco diferente. Apesar de a sigla não fazer parte da federação chamada de “Brasil da Esperança” e ser livre para lançar um nome independente, ela compõe a chapa nacional do PT com Geraldo Alckmin para vice-presidente de Lula. Por isso, a confirmação de uma candidatura que concorra contra a federação poderia gerar a falta de apoio do principal nome do partido a nível nacional.

Com tanto a se considerar para unir o campo da esquerda, a promessa é que as próximas semanas sejam de intensas negociações a fim de garantir o maior número de votos possível. Afinal de contas, o apoio de Lula pode garantir os votos de eleitores fiéis enquanto que afastam aqueles que rejeitam completamente o presidenciável e o PT.

O presidente do PT no DF, Jacy Afonso, afirma que o partido ainda está em fase de alinhamento a nível nacional com cada um dos estados e aguarda definição para um posicionamento final. Ele, no entanto, diz acreditar que os nomes da legenda têm condição de se sobressaírem. “No nosso entendimento, tanto a Rosilene quanto Magela são mais competitivos, mas sabemos que é legítimo, nesse momento, que cada sigla apresente quem considera melhor”, comenta.

Jacy lembra ainda que o objetivo principal é a vitória de Lula nas eleições, portanto, é importante ter um palanque forte para o presidenciável na capital. “Queremos dialogar também com o PSB, que forma chapa com Lula, além do Psol e Rede. É um momento de namoro e vamos construir a melhor forma à situação”, pontua.

O pré-candidato pelo PSB, Rafael Parente, por outro lado, se mostra confiante na composição de uma chapa encabeçada por ele. “Não sei quem vai ser vice ainda, se a Rosilene ou o Grass, mas a ideia é compor uma chapa bem ampla”, explica.

De acordo com o ex-secretário de Educação, as conversas têm sido feitas não só no âmbito distrital, mas com lideranças nacionais de todos as legendas. “Estamos confiantes que a união vai acontecer. Nosso interesse é menos na gritaria e mais em demonstrar o interesse em comum”, afirma.

Já Leandro Grass, postulante pelo PV, defende que o partido dele está no caminho certo para encabeçar uma disputa pelo Buriti. “De todas as unidades da federação, aqui é o único local que o meu partido buscou lançar candidato para governador. A gente entende que é um momento de desafios, de muito diálogo e a questão ambiental é urgente em Brasília”, afirma.

O deputado distrital diz ainda que pretende contar com o apoio do PSB a fim de compor uma via que ele não considera ser apenas de esquerda. “Não estamos em ambiente de competição, mas de cooperação. É um campo de alternativa a Ibaneis”, resume.

Com um tom mais sereno e sem pressa, João Goulart, do PCdoB, acha importante esperar a definição no PT e o lançamento oficial da campanha de Lula para engatilhar os caminhos da federação no DF. “Por enquanto eles ainda estão com dois disputando internamente. Não queremos atropelar nada. É melhor deixar essas coisas amadurecerem”, defende.

Segundo ele, a ideia é manter unidade e qualquer um dos nomes já apresentados representariam isso. “Não há uma disputa e não precisamos apressar essa decisão. Aquilo que for melhor para Lula será acatado aqui”, pondera.

Com Metrópoles 

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