Uma das versões que circulam no meio político é a de que o ministro da Defesa não foi à cerimônia para não dar a impressão de que se tratava do lançamento da pré-candidatura de Bolsonaro

Por Redação*

BRASÍLIA – A ausência do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, no ato de tom eleitoreiro realizado neste domingo, 27, pelo PL causou estranhamento entre alguns aliados do governo, mas o general ainda é o mais cotado para concorrer como vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição.

A reportagem procurou lideranças da base de apoio do governo no Congresso e questionou o motivo de Braga Netto não ter ido ao ato, como fez a maioria dos ministros e aliados do Executivo. “É a pergunta que não quer calar”, resume uma fonte da sigla sobre o sumiço do favorito a vice.

Uma das versões que circulam no meio político é a de que Braga Netto não foi à cerimônia para não dar a impressão de que se tratava do lançamento da pré-candidatura de Bolsonaro. Neste sábado, 26, o próprio chefe do Executivo afirmou que esse era o objetivo, mas o PL classificou o evento como um ato de filiação em massa, para evitar problemas com a Justiça Eleitoral.

“Como não era lançamento de candidatura, não tinha por que ele [Braga Netto] estar lá, até porque não estavam todos os ministros”, afirmou uma fonte ligada ao governo. Durante a cerimônia, Bolsonaro concedeu a palavra aos ministros Tereza Cristina (Agricultura) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), que já foram cotados para compor a chapa que disputará o Palácio do Planalto em outubro. O Centrão, que integra a base aliada do governo no Congresso, defendia o nome de Tereza, como mostrou o Broadcast Político/Estadão.

O ministro da Defesa era presença confirmada, segundo apurou a reportagem, e estudava, inclusive, se filiar à legenda neste domingo, como fizeram os colegas de Esplanada Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e João Roma (Cidadania). Embora “chapa pura” seja incomum em eleições majoritárias, os outros partidos da aliança eleitoral de Bolsonaro, PP e Republicanos, não têm feito esforço para atrair Braga Netto.

Neste momento, contudo, Braga Netto é o mais cotado para ser vice na candidatura à reeleição do presidente e conta com a preferência pessoal de Bolsonaro, que busca um nome para blindá-lo de aberturas de processo de impeachment em um eventual segundo mandato. Um dos motivos citados por lideranças do Congresso para a falta de apoio parlamentar ao processo de destituição do presidente é que o mundo político não confia no vice-presidente Hamilton Mourão por ele ser militar.

O próprio Bolsonaro deu sinais claros de que Braga Netto é seu escolhido ao afirmar, na semana passada, que seu vice seria alguém de Belo Horizonte (MG) que cursou escola militar.

*Com Estadão 

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