O presidente Francês insiste que a Europa deve trabalhar na sua própria defesa, para ser menos dependente dos americanos

Por Redação 

O presidente francês Emmanuel Macron acredita que o futuro da União Europeia está em perigo. Os Estados-Membros devem unir forças – económica e militarmente – para evitar o declínio. “A União Europeia é mortal. Pode chegar ao fim dependendo das escolhas que fizermos”, disse Macron num discurso hoje. “Existe um grande risco de a UE enfraquecer nos próximos dez anos.”

O presidente falou na Universidade Sorbonne, em Paris. Ele também fez um discurso há sete anos sobre as oportunidades e os perigos para a União Europeia.

“A Europa enfrenta agora uma escolha: que papel quer desempenhar no futuro? Estamos agora num momento decisivo”, disse Macron diante de estudantes, mas também de ministros, empresários e cientistas.

Segundo o presidente francês, a UE encontra-se agora num ponto de viragem, ao contrário de há sete anos. “As regras mudaram”, disse ele, referindo-se à guerra na Ucrânia e ao aumento da concorrência da Ásia, especialmente da China. Segundo ele, Bruxelas deve, portanto, definir novas prioridades.

Defesa, economia e tecnologia

Macron insiste que a Europa deve trabalhar na sua própria defesa, para ser menos dependente dos americanos e para se preparar para novas ameaças. Os países europeus devem não só cooperar mais militarmente e com maior frequência, mas também unir forças em termos econômico-militares. “Se comprarmos equipamento militar, temos de o fazer na própria Europa.”

O presidente falou do financiamento europeu conjunto de compras militares, possivelmente com empréstimos europeus, e também sugeriu um sistema anti-míssil europeu comum.

A mesma solidariedade europeia deverá expressar-se economicamente. A UE deve pensar mais em si mesma e dar prioridade à sua própria indústria, segundo Macron. Porque os Estados Unidos e a China “não aderem mais às regras comerciais acordadas”.

Segundo Macron, já foram tomadas iniciativas nesse sentido. Mencionou a cooperação com a Alemanha no desenvolvimento de baterias para carros eléctricos e novos tanques do exército e mencionou os acordos “com os nossos amigos holandeses” sobre a construção de submarinos.

A União Europeia deve investir ainda mais massivamente para ser líder mundial em setores essenciais e estratégicos, como a indústria de IA, o espaço e a biotecnologia até 2030, disse Macron. Isto não é apenas necessário para a sobrevivência econômica, acredita, mas também para ser auto-suficiente em áreas essenciais e não depender de produtores estrangeiros.

Agenda política

Depois, a comitiva do presidente enfatizou que Macron queria dar a sua visão do futuro da Europa. Mas amigos e inimigos também mencionam a agenda política do presidente. Haverá eleições europeias no início de junho. Nas sondagens, o partido radical de direita de Marine Le Pen está em primeiro lugar por uma larga margem. O seu candidato, Jordan Bardella, é particularmente popular entre os franceses. A candidata de Macron, Valérie Hayer, por outro lado, é uma grande desconhecida para muitas pessoas. Ela está indo mal nas pesquisas.

Durante seu discurso na Universidade Sorbonne, Macron criticou os oponentes políticos de Hayer. Sem mencionar explicitamente os seus nomes, acusou Le Pen e Bardella de criticarem continuamente a UE, enquanto estão no Parlamento Europeu e já não se atrevem a defender um ‘Frexit’: a França, que segue os passos da saída britânica da Europa União.

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Com informações da NOS NL

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