O presidente da França, Emmanuel Macron, condecora o líder indígena Raoni, na Ilha do Combu, em Belém (PA). Foto: Ricardo Stuckert / PR

Lula e Macron visitaram floresta tropical perto de Belém e se reuniram com indígenas da região

Por Redação

No início de sua visita oficial ao Brasil, o presidente francês Emmanuel Macron prestou uma homenagem de destaque ao indígena Raoni Metuktire. Em um evento realizado nesta terça-feira (26) em Belém, Raoni foi condecorado com a Ordem do Cavaleiro da Legião de Honra da França, uma das mais altas distinções concedidas pelo país europeu a indivíduos que se destacam em suas atividades no cenário global.

A cerimônia que ocorreu na Ilha do Combu, uma das mais importantes da capital paraense, marcou o início da visita oficial de Macron ao Brasil, que se estenderá até a próxima quinta-feira (28), abrangendo uma agenda diversificada em várias cidades brasileiras.

Durante a entrega da medalha, Macron dirigiu palavras de reconhecimento a Raoni, destacando sua incansável defesa da Amazônia ao longo de décadas. “Caro Raoni, este momento é dedicado a você. Você visitou a França várias vezes, e eu me comprometi a vir aqui, em sua floresta, estar ao seu lado. Esta floresta, tão cobiçada, mas que você defendeu com coragem durante décadas. O presidente Lula e eu hoje nos unimos a um de nossos amigos”, expressou Macron em seu discurso.

Raoni, por sua vez, aproveitou a oportunidade para fazer um apelo ao governo brasileiro, instando-o a adotar medidas eficazes para conter ameaças como o desmatamento e a construção do controverso projeto da Ferrogrão. Com uma extensão prevista de 933 quilômetros e um custo estimado em R$ 12 bilhões, a Ferrogrão atravessaria áreas de preservação ambiental e terras indígenas, afetando significativamente as comunidades locais.

Durante sua intervenção, Raoni enfatizou sua preocupação com os interesses econômicos que colocam em risco a preservação ambiental, destacando a importância de proteger a Amazônia não apenas para os povos indígenas, mas para o mundo como um todo.

O presidente Lula destacou a importância da luta contínua pelos direitos dos povos indígenas, quilombolas e trabalhadores rurais. Lula criticou os setores que se opõem às demarcações de terras indígenas, ressaltando que seus governos foram os que mais ampliaram a destinação de terras para essas comunidades.

Além das figuras políticas proeminentes, a comitiva contou com a presença das ministras Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, e Marina Silva, do Meio Ambiente, assim como de líderes indígenas como Davi Kopenawa, Xamã e líder dos Yanomamis.

Um dos pontos altos do encontro foi o compromisso conjunto entre Brasil e França para a construção de uma unidade de conservação binacional, que abrangeria áreas do Brasil e da Guiana Francesa, visando ser um centro de referência em pesquisas científicas voltadas para o desenvolvimento sustentável. Esse projeto reflete o compromisso mútuo de ambos os países no combate ao desmatamento e na proteção da Amazônia.

A visita de Macron e Lula também incluiu atividades que proporcionaram uma imersão na realidade amazônica, como a navegação por igarapés e a visita a uma produção artesanal de cacau e chocolate na região, destacando a complexidade da questão amazônica e as alternativas de desenvolvimento econômico sustentável.

Lula e Macron inauguram, na manhã desta quarta-feira (27), o novo submarino brasileiro construído no Complexo Naval de Itaguaí, por meio de um acordo de cooperação tecnológica com a França, simbolizando os laços de cooperação entre os dois países em diversas áreas.

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Da Redação do Agenda Capital

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