Delegado de Polícia Civil Dr. Miguel Lucena. Foto: Agenda Capital

Eu sempre fui apaixonado pelo jornalismo, fui para a advocacia e me tornei delegado, na sequência, por necessidade de ter uma profissão estável.

Por Redação

O delegado da PCDF Miguel Lucena, foi o entrevistado desta semana pela competente jornalista Ana Maria Campos do CB. Além de delegado, Lucena é jornalista e escritor. Em 2017 lançou o livro Desembestados-descontrole da criminalidade.

Lucena possui graduação em Direito pelo Centro Universitário de João Pessoa(1989), especialização em Inteligência Estratégica pela Faculdade Albert Einstein(2004), aperfeiçoamento em Curso de Preparação à Carreira da Magistratura pela Escola de Preparação de Magistrados da Bahia(1996) e aperfeicoamento em Curso de Treinamento para Delegado de Polícia pela Polícia Civil do Distrito Federal(1999). Atualmente é Delegado de Polícia da Polícia Civil do Distrito Federal.

Leia a íntegra da entrevista:

Você foi um delegado que se destacou como policial e como jornalista. Qual das funções trouxe mais satisfação pessoal?

Eu sempre fui apaixonado pelo jornalismo, fui para a advocacia e me tornei delegado, na sequência, por necessidade de ter uma profissão estável. Tomei gosto pela atividade policial e me sinto plenamente realizado, aprendi muito e devo muito à Polícia Civil do Distrito Federal. Tive a felicidade de poder combinar as duas profissões, exercendo, por exemplo, a função de diretor de Comunicação da PCDF por seis anos e nunca deixando de escrever artigos para as mais diversas publicações.

2) Em 24 anos como delegado, pensou em algum momento em desistir, mudar de profissão?

Não, porque na carreira de delegado de Polícia eu me senti mais próximo da comunidade, pude realizar projetos sociais, como o Combatendo a Violência nas Escolas pelo Prazer de Aprender, na 6a DP/Paranoá, com a coordenação pedagógica da professora Maria José Rocha Lima (Zezé), que ganhou o Prêmio Nacional de Educação Darcy Ribeiro, na Câmara dos Deputados.

3) Qual foi o momento mais impactante em todas as investigações?

Logo no início da carreira,  em 1999, a delegada-chefe me designou para coordenar uma investigação contra uma quadrilha que roubava, estuprava e matava   na zona rural do Paranoá, principalmente  na região agropecuária do PADF. Eram 15 bandidos muito perigosos, dois deles menores de idade. Ao final das investigações, prendemos 10 e apreendemos os dois adolescentes, e três bandidos morreram em situações outras durante suas ações delinquentes. Mesmo depois de presos, eles mandavam recados ameaçando de morte toda a nossa equipe. Quando prendemos os bandidos, houve festa no PADF, até o governador Roriz compareceu.

4) Qual caso marcou sua carreira?

Tivemos o caso do bandido que escalou um muro e violentou um bebê no Itapoã, um enfermeiro que violentada pacientes sedadas no Hospital do Paranoá, o caso da quadrilha que estuprava, roubava e matava, e os clonadores de cartão do Paranoá que davam aulas em outros estados ensinando os golpes. Eles usavam trilhas de cartões dos Estados Unidos, e por isso pedimos o apoio do serviço secreto de lá. Quando vimos, era uma organização criminosa internacional. Todos foram presos.

5) Algo tirou seu sono?

Algumas situações tensas que me causaram crises de ansiedade, superadas pelo apoio da família, amigos e colegas de trabalho.

6) Teve medo?

Sempre com coragem e medo. Sem o medo, seríamos imprudentes e certamente não sobreviveríamos numa área tão sensível como a nossa.

7) Qual foi a maior vitória?

A criação da Divisão de Comunicação da PCDF e as amizades que construí nesses 24 anos de PCDF.

8) E agora? O que pretende fazer na aposentadoria?

Eu tenho registro de advogado e jornalista. Aposto muito na área de Comunicação. Como dizia José Américo de Almeida, ninguém se perde na volta.

9) O que mudou na polícia nessas duas décadas?

Mudou muita coisa, a Polícia ficou mais técnica, mais avançada e, ao mesmo tempo, mais impessoal. Em consequência, a velha camaradagem, de um ajudar o outro, está desaparecendo.

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Com informações do CB

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