Bombeiros chegam para apagar fogo em edifício de apartamentos em Chuhuiv no leste da Ucrânia Crédito: Justin Yau/Sipa USA via Reuters - 24.fev.22

Repórter do Estadão na capital ucraniana relata os momentos de tensão quando bombas russas começam a atingir Kiev e a população se refugia em bunkers para reduzir vítimas

Por Eduardo Gayer, enviado especial a Kiev, O Estado de S.Paulo

KIEV – A capital da Ucrânia, Kiev, amanheceu ao som das sirenes que alertam os moradores de novos ataques vindos da Rússia. O som da sirene é bastante alto e vem acompanhado do barulho de muitas bombas. Um barulho também ensurdecedor.

A sirene de emergência de Kiev foi acionada pela terceira vez apenas hoje. A população se abriga em bunkers espalhados pela cidade. O metrô funciona dessa forma. No hotel em que nossa equipe está também há um bunker construído na época da Guerra Fria.

O alerta significa a iminência de bombardeio por parte das tropas russas, que se aproximam da capital ucraniana a cada instante. A orientação em caso de sirene de emergência é proteger-se em bunkers. O som das bombas se intensifica em Kiev desde o início da madrugada.

Equipes de resgate no local de queda de avião das Forças Armadas da Ucrânia na região de KievCrédito: 24/02/2022Serviço de Imprensa do Serviço de Emergências da Ucrânia/Divulgação via REUTERS

O local tem água, aquecedor, cobertores. A expectativa na cidade é que a capital está na iminência de ser tomada pelas tropas russas.

A embaixada do Brasil em Kiev segue orientando os brasileiros a ficarem nos hotéis e procurarem locais seguros. O País não montou um plano de fuga dos seus moradores e a orientação é que é arriscado tentar deixar Kiev nesse momento.

Cerco a Kiev

Os intensos bombardeios em Kiev na madrugada desta sexta-feira, 25, são apenas um prenúncio do que as autoridades ucranianas esperam ser o dia mais duro na guerra contra a Rússia. Ao menos 33 alvos civis foram bombardeados pela Rússia na Ucrânia nas últimas 24 horas, segundo o Ministério do Interior ucraniano anunciou nesta sexta-feira, 25. Líderes políticos e militares do país trabalham com um cenário de invasão da capital ainda nesta sexta.

O cerco à capital é cada vez maior — e, pelo menos em um relato, os confrontos já chegaram à cidade mais importante do país. Segundo um correspondente da agência francesa France-Presse, explosões e tiros foram registrados no bairro de Obolonsky, no norte de Kiev. Moradores correram para buscar proteção quando ouviram as explosões.

Durante a madrugada, autoridades ucranianas confirmaram enfrentamentos com unidades blindadas russas nas cidades de Dymer e Ivankiv, localizadas a 45 e 80 quilômetros ao norte de Kiev, respectivamente. Na tentativa de atrasar o avanço das tropas russas, militares ucranianos explodiram uma ponte sobre o rio Teteriv, em Ivankiv, informou a CNN.

Mulher caminhando enyro os detroços de um míssel. Foto: Reuters

Uma autoridade militar ucraniana alertou sobre a possibilidade de forças russas tomarem o controle de áreas vizinhas a Kiev durante o dia, depois da confirmação que a cidade e outros locais foram atingidos por mísseis russos nas primeiras horas da manhã.

A vice-ministra da Defesa, Hanna Malyar, afirmou que unidades do exército ucraniano estão defendendo posições em quatro frentes, apesar de estarem em menor número. O conselheiro do Ministério do Interior da Ucrânia, Anton Herashchenko, afirmou que este pode ser o pior dia da guerra.

Pessoas formam filas nos supermercados em Kiev, Ucrânia, com medo do desabastecimento devido aos ataques russos no país, que já mataram mais de 40 soldados ucranianosCrédito: Future Publishing via Getty Images

Segundo Herashchenko, forças de defesa de Kiev estão preparadas com mísseis anti-tanque enviados por aliados estrangeiros.

Com Estadão

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