Foto: Davidyson Damasceno/Ascom IGESDF

Núcleo Flor do Cerrado volta a dar assistência a menores e mulheres que sofrem agressões domésticas

Por Thaís Umbelino

Três meses depois de reativar o Núcleo de Prevenção e Assistência a Situações de Violência (Nupav) Flor do Cerrado, que teve suas atividades transferidas para o HRG por dois anos, o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) já realizou mais de 210 atendimentos a crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência doméstica e sexual. Com a revitalização do núcleo, a meta é expandir as atividades do Flor do Cerrado e ampliar o número de famílias atendidas, segundo a chefe do Nupav, Lara Borges.

O Núcleo Flor do Cerrado é um dos 17 centros de Especialidade para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Cepav) instalados em hospitais públicos e unidades básicas de saúde (UBS) de 12 regiões administrativas do Distrito Federal. Nesses centros, as vítimas de violência recebem assistência de médicos, psicólogos, assistentes sociais e terapeutas. O programa é coordenado pela Secretaria de Saúde (SES) e, no caso do Flor do Cerrado, executado pelo HSRM, unidade administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica (IGESDF).

Foto: Davidyson Damasceno/Ascom IGESDF

Sessões de terapia

A inserção do paciente no Nupav Flor do Cerrado pode acontecer de forma espontânea (quando a vítima procura a instituição) ou por meio de encaminhamento realizado por outras instituições como Conselho Tutelar, escolas, Órgãos judiciais e UBS.

Em todos os casos, são os profissionais de Enfermagem que fazem o primeiro contato com as vítimas. “Nesse momento, eles recolhem as informações necessárias para iniciar o atendimento da vítima e avaliam quais os primeiros encaminhamentos relacionados à saúde e proteção devem ser feitos”, explica Lara Borges. Em seguida, os pacientes passam a receber, de forma individual ou em grupo, o atendimento psicossocial.

Em média são realizadas de oito a doze sessões conforme avaliação do caso. Nessas sessões, são abordados temas como violência e proteção, família, saúde mental e projeto de vida. “O objetivo desse trabalho é desenvolver nas vítimas o reconhecimento de situações de violência, formas de se protegerem e ressignificar a experiência vivida de forma a tentar minimizar os danos causados”, esclarece a chefe do Flor do Cerrado.

Foto: Davidyson Damasceno/Ascom IGESDF

Vítimas de abusos

Os irmãos Renata (14 anos), Ricardo (12) e Júlia (8) estão entre as crianças e adolescentes atendidos no Flor do Cerrado. Os meninos eram espancados e a menina teria sido estuprada pela própria mãe, segundo denúncia feita ao Ministério Público pelo próprio pai (os nomes das crianças são fictícios e os dos pais foram omitidos para preservar a verdadeira identidade deles).

Em 2015, o casal se separou. O pai denunciou às agressões ao Conselho Tutelar, que passou a oferecer assistência às crianças. Mas nem elas nem o pai se identificaram com o método de atendimento. Com a reativação do Núcleo Flor do Cerrado, em julho deste ano as crianças passaram a ser atendidas nessa unidade.

Pai e filhos estão gostando. “Em pouco mais de um mês de acompanhamento as crianças estão menos agressivas e mais tranqüilas. Hoje, eles se relacionam, se expressam e se entendem melhor, brincam e até desenham”, garante o pai, que mora com as crianças em Santa Maria. “Vejo que estão recuperando a alegria de viver”, declarou o pai, com os olhos cheios de lágrimas.

Flor do Cerrado/HRSM

Onde: Prédio Anexo à entrada principal do Hospital Regional de Santa Maria

Telefone: 4042-7770 – ramal 5525

E-mail: [email protected]

Da Redação com informações do Iges-DF

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