Somos o País do futebol? Nas Copas do Mundo, ficamos como o País de chuteiras? Há verdade absoluta nisso?

Por Dr. Cid Carvalhaes*

O esporte é atraente. Afinal, atletas de ponta representam a essência da fisicultura. Todos, em uníssono, desejamos corpos bem delineados, boas silhuetas, sermos atraentes. 

Admiramos atletas como Ayrton Senna, José Carlos Pace, Rubens Barrichello, Felipe Massa, Raissa, Daiane, Rebeca, Jade, Cielo, Medina, com destaque para o Pelé e muitos no desempenho individual. 

Vibramos com conquistas do vôlei, basquete, futsal, festejamos o Penta Campeonato Mundial e, a cada edição da Copa do Mundo, esperamos pelo HEXA. 

Em 2022, não foi diferente, perdemos. Futebol é esporte coletivo. Em território definido – o campo – 11 setores específicos, porém de absoluta interdependência objetivam meta comum – o GOL.

Oponentes com a mesma composição, mesmo território, mesmo objetivo contrapõem-se conosco. Vence o de maior habilidade, melhor preparo, estratégia mais adequada, maior eficiência. 

Individualismo, arrogância, prepotência, pretensas habilidades, eventuais “espertezas” não vencem nem convencem. Artifícios enganosos, muito menos. De igual forma, eficiência vencedora do futebol deve ser constante em preceitos sociais. Há que prevalecer fundamentos na coletividade. 

Vivemos num mesmo território, somos interdependentes mesmo considerando atividades individuais, princípios de autonomia e liberdade, setores diferentes. Não somos mais ou menos importantes ou relevantes, e assim, conseguimos sobreviver. Uns muito melhores em conforto e privilégios materiais, outros muito piores, porém, todos temos necessidades essenciais a serem respeitadas e garantidas. 

Como no futebol, arrogância, prepotência, negacionismos, egoísmo, “espertezas”, artifícios enganosos nos fazem perder, e sempre. Nas vitórias esquecemos erros e falhas, nas derrotas desaparecem virtudes. Em ambas situações existem virtudes a nos louvar e falhas a nos orientar. 

Dever social exige equilíbrio, equidade, respeito aos cidadãos, preservação da autonomia, liberdade, direito de ir e vir, sem preconceitos de quaisquer espécies, interdependência setorial. Lição de perder o HEXA. 

Insuficiência na coletividade, no preparo, cooperação mútua insatisfatória, individualismo excessivo, entre outros. Com este aprendizado sejamos melhores entes sociais. Respeitemos nossos semelhantes assegurando preceitos democráticos fundamentais. Decisão da maioria é inquestionável. Garantia de direitos para sobrevivência condigna de todos É DEVER DO ESTADO. Gol em fundamentos sociais é o bem estar da comunidade. Vamos respeitar e cumprir preceitos constitucionais. É nossa obrigação.

*Dr. Cid Célio Jayme Carvalhaes – Médico neurocirurgião, advogado e escritor. Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Presidente do Conselho Deliberativo da SBN, Presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo e Presidente da Federação Nacional dos Médicos. Especialista no Direito Médico e da Saúde e Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Direito da Escola Paulista de Direito. É Colunista do Agenda Capital.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here