Luiz Inácio Lula da Silva, eleito presidente do Brasil. Foto: Reprodução.

Lula ultrapassou os 50% dos votos válidos nas eleições deste domingo (30/10) e terá um terceiro mandato para governar o país

Por Redação

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 77 anos, foi eleito neste domingo, 30, presidente da República do Brasil pela terceira vez. Lula derrotou nas urnas, pela margem mais apertada de votos de uma disputa presidencial desde a redemocratização, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). O petista obteve mais de 60 milhões de votos, enquanto o presidente Bolsonaro pouco mais de 58 milhões de votos, de acordo com as urnas apuradas.

A chapa eleita – que tem como vice o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB), de 69 anos – vai assumir em 1º de janeiro de 2023.

O triunfo de Lula se deu em um cenário de forte divisão política da sociedade e representou uma significativa recuperação pessoal. O petista passou um ano e sete meses preso após ser condenado na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá (SP). O líder máximo do PT deixou a cela especial da Polícia Federal em Curitiba em novembro de 2019.

Em abril do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou as condenações impostas a ele pela operação, permitindo que Lula disputasse as eleições deste ano. Em menos de quatro anos – próximo do período em que Bolsonaro exerceu o cargo de presidente -, o petista, que teve a prisão decretada pelo então juiz e atual senador eleito Sérgio Moro (em abril de 2018), passou da ruína ao auge político.

O maior desafio de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito, será o de pacificar o Brasil. O resultado apertado das urnas eletrônicas mostra um país dividido. Será preciso entender o fortalecimento da direita no país. E mesmo derrotado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) passa a ser uma liderança importante da oposição. Por isso, Lula precisa ter capacidade de dialogar com setores como o do agronegócio e eleitores evangélicos, que votaram em Bolsonaro nesta eleição.

Lula cumprimenta eleitores após ser eleito presidente (Foto: Reprodução/TV Globo)

Nos próximos 60 dias, o Brasil terá o desafio de fazer uma transição sem traumas, com foco único e absoluto no interesse nacional. A travessia governamental está regulamentada pela Lei 10.609 de 2002 e permite que o novo presidente convoque uma equipe de até 50 pessoas para a ocupação de cargos especiais durante esse período.

O candidato à reeleição passou a campanha de segundo turno na tentativa de superar essa diferença, que superava 6 milhões de votos. Bolsonaro chegou a largar forte, encurtando a distância nas pesquisas, mas perdeu fôlego na reta final, sobretudo devido aos próprios erros. Exemplo disso é a declaração do mandatário sobre o episódio em que “pintou um clima” com adolescentes venezuelanas, que Bolsonaro teve dificuldades para explicar.

Já Lula se beneficiou de uma ampla rede de apoios na reta final. Como atuais aliados, constam adversários políticos históricos, a exemplo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 4,2% de votos, e participou ativamente da campanha do petista na segunda fase da disputa.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu na noite deste domingo (30) a “vontade da maioria manifestada nas urnas” e parabenizou o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

“O Brasil deu mais uma demonstração da vitalidade da sua democracia, da força das suas instituições e de nosso povo”, disse, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarar que Lula estava matematicamente eleito.

“Ao presidente eleito, a Câmara dos Deputados lhe dá os parabéns e reafirma o compromisso com o Brasil”, disse.

Com a vitória de lula, a promessa de “país unificado” se torna um desafio real e um pouco mais complicado. No Congresso, por exemplo, nomes de peso do bolsonarismo foram eleitos tanto na Câmara quanto no Senado, como ex-ministros e aliados de Bolsonaro.

Lula repetiu durante toda a campanha que pretende unir o país, incluindo os bolsonaristas, citando a frase de “juntar os divergentes”. O desafio é saber como vai reagir, daqui para frente, quem foi até o fim com Bolsonaro.

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Da Redação do Agenda Capital

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