
O papel do programa é de fundamental importância em áreas remotas do país, na redução das desigualdades sociais em saúde
Por Delmo Menezes
O Programa Mais Médicos, desde sua criação, revolucionou o cenário da saúde no Brasil, levando médicos para regiões carentes e fortalecendo a Atenção Primária à Saúde. A mais recente edição do programa demonstra um sucesso ainda maior, com a inscrição de um número recorde de profissionais brasileiros e o preenchimento de quase todas as vagas ofertadas.
Os dados apresentados revelam um impacto significativo do programa na distribuição de médicos pelo território nacional, com destaque para a redução das desigualdades regionais no acesso à saúde. A participação de profissionais brasileiros, especialmente aqueles formados no país, demonstra a crescente valorização da carreira médica e o interesse em atuar em áreas com maior necessidade.
No entanto, desafios persistem. A infraestrutura precária em algumas regiões, a falta de equipamentos adequados e a carência de profissionais de outras áreas da saúde ainda limitam o trabalho dos médicos do programa ‘Mais Médicos’. Além disso, a questão da remuneração e da valorização profissional continua sendo um ponto crucial para garantir a permanência dos profissionais nas localidades de atuação.
Distribuição geográfica
Os profissionais serão distribuídos nas regiões da seguinte forma:
- Nordeste: 1.104 (34,7%);
- Sudeste: 853 (26,9%);
- Sul: 664 (21%);
- Norte: 381 (12%);
- Centro-Oeste: 174 (5,4%);
Entre os estados que receberão o maior número de profissionais, estão São Paulo (457), Rio Grande do Sul (275), e Bahia (246).
A Importância da Atenção Primária
O Mais Médicos tem sido fundamental para fortalecer a Atenção Primária à Saúde, que é a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). Ao levar médicos para as comunidades, o programa contribui para a promoção da saúde, a prevenção de doenças e a resolução de problemas de saúde mais simples, desafogando os serviços hospitalares.
Inovação e Sustentabilidade
A incorporação de novas tecnologias, como a telemedicina, tem o potencial de ampliar o alcance do programa e melhorar a qualidade do atendimento, especialmente em áreas remotas. A teleconsulta permite que os médicos se comuniquem com pacientes de forma remota, realizando diagnósticos e prescrevendo medicamentos, otimizando o tempo e os recursos.
Para garantir a sustentabilidade do ‘Mais Médicos’ a longo prazo, é necessário investir em políticas públicas que promovam a fixação de médicos em áreas remotas, como a oferta de melhores condições de trabalho, a criação de programas de residência médica em áreas de escassez e o incentivo à formação de médicos generalistas.
Desde o ano passado, os profissionais médicos têm a possibilidade de fazer especialização e mestrado por meio da Estratégia Nacional de Formação de Especialistas para a Saúde, que integra os programas de formação, provimento e educação pelo trabalho no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Mais Médicos é um programa estratégico para o fortalecimento do SUS e para a melhoria da saúde da população brasileira. No entanto, é preciso adaptá-lo às novas demandas da saúde pública, como o envelhecimento da população, o aumento das doenças crônicas e o impacto das mudanças climáticas na saúde.
O Programa representa um avanço significativo na busca por uma saúde mais justa e equânime para todos os brasileiros. Ao investir na formação e na valorização dos profissionais de saúde, o governo demonstra seu compromisso com a melhoria das condições de vida da população. No entanto, é fundamental continuar trabalhando para superar os desafios e garantir a sustentabilidade do programa a longo prazo.
Siga o Agenda Capital no Instagram>https://www.instagram.com/agendacapitaloficial
Da Redação do Agenda Capital