Projeto da senadora Simone Tebet (PMDB-MS) também beneficia mulheres responsáveis pelo cuidado de pessoas com deficiência. Foto: Jefferson Rudy/Ag. Senado

Em nota, a bancada de senadores do MDB afirmou que a “independência no comando do Legislativo é de fundamental importância nesse período de crise

Por Redação*

O MDB anunciou hoje a senadora Simone Tebet (MDB-MS) como a candidata do partido à Presidência do Senado. Ela terá como principal adversário o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), nome escolhido pelo atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para sucedê-lo e tido como preferido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nos bastidores.

Dono da maior bancada do Senado, o MDB já havia comunicado que lançaria uma candidatura própria. No entanto, o nome só foi definido hoje. Nesses últimos dias, a disputa interna esteve afunilada entre Simone e o líder do partido no Senado, Eduardo Braga (AM).

Antes, estavam no páreo também os líderes do governo no Congresso Nacional, Eduardo Gomes (TO), e o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (PE). Contudo, eles perderam força após Bolsonaro manifestar simpatia pela candidatura de Rodrigo Pacheco e eram vistos como excessivamente governistas por partidos que podem apoiar o MDB na disputa.

Simone Tebet foi escolhida por potencialmente conseguir agregar mais apoio em torno de si pelo perfil mais independente do Planalto. Por exemplo, do PSDB, Podemos, Cidadania, Rede, PSL e de senadores integrantes do ‘Muda, Senado’, grupo suprapartidário que tem como bandeiras o combate à corrupção e a defesa da Operação Lava Jato.

O ‘Muda, Senado’ chegou a anunciar que lançaria um candidato próprio no início de dezembro para enfrentar o candidato de Alcolumbre. O nome do postulante, porém, ainda não foi definido.

Dos integrantes do ‘Muda’, Jorge Kajuru (Cidadania-GO) e Major Olímpio (PSL-SP) confirmaram a pré-candidatura. Outros quatro senadores também foram cogitados – Alvaro Dias (Podemos-PR), Lasier Martins (Podemos-RS), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Mara Gabrilli (PSDB-SP). 

Com a candidatura de Simone Tebet, um nome lançado pelo ‘Muda’ deverá ficar enfraquecido ou pode até mesmo não acontecer.

Ontem, a bancada do PT no Senado decidiu apoiar a candidatura de Rodrigo Pacheco. Agora, ele conta com o apoio do DEM, PSD, Republicanos, Pros, PSC, PL e PT na disputa. Somados, os partidos contam com 32 senadores. Há a expectativa que o Progressistas anuncie apoio a Pacheco nos próximos dias.

Nesta terça, o MDB também filiou mais dois senadores à sua bancada — Rose de Freitas, do Espírito Santo, e Veneziano Vital do Rego, da Paraíba. Ele está de licença, mas a previsão é que retorne ao mandato em 21 de janeiro e, assim, vote normalmente na eleição interna do Senado, prevista para a primeira semana de fevereiro.

Tebet prima por independência, diz bancada

Em nota, a bancada de senadores do MDB afirmou que a “independência no comando do Legislativo é de fundamental importância nesse período de crise, em que o interesse público precisa estar acima de qualquer disputa ideológica e política na reconstrução da economia e na imunização universal e gratuita contra a covid-19”.

E, nesse cenário, foi escolhida a senadora Simone Tebet como o melhor nome para a disputa à Presidência do Senado. Segundo o partido, ela “sempre primou por uma postura política independente e corajosa” e sua candidatura é também uma forma de respeito às mulheres.

“Tanto vale destacar que esta é a primeira vez, na história do país, em que uma grande bancada apresenta uma mulher como candidata ao comando do Senado Federal e do Congresso Nacional”, diz.

Ao longo do texto, o MDB afirma ter compromisso com a responsabilidade fiscal e social, agenda de reformas estruturais, sustentabilidade ambiental, redução das desigualdades sociais, adoção de políticas para frear o desemprego e alavancar a economia, além de um amplo programa nacional de imunização contra a covid-19.

Questionado se o senador Renan Calheiros (MDB-AL) — com quem Simone viveu disputa interna acirrada até a votação na última eleição à Presidência do Senado — irá seguir a decisão do partido, Eduardo Braga ressaltou que Simone foi escolhida por aclamação e acreditar que toda a bancada de 15 senadores votará nela. 

Na posição de líder da bancada, foi Braga quem anunciou a candidatura de Simone. “Que nós possamos, através da sua candidatura, interpretar o entendimento não apenas do MDB, mas todos os partidos do Congresso Nacional e do povo brasileiro”, afirmou.

*Com informações do Uol 

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