Por Dr. Cid Carvalhaes*
Ser MÉDICO, condições desafiadoras. Difícil, por certo, afinal, um bom MÉDICO é condicionado no âmbito de famílias harmônicas, coerentes, fiéis a preceitos éticos, trabalhadores, enfim, famílias sólidas, desde quando criança em seus primórdios.
Passa por estabelecimentos diversos, ensino inicial na pré-escola, primeiro e segundo graus, albergando cada uma delas preceitos essenciais de cidadania, tecnicamente capazes de desempenhar verdadeiras funções de ensino, em todas suas matizes. Universidade, reconhecidamente competentes, reunindo mestres, de fato mestres, usufruindo de condições técnicas avançadas, detentoras de marcas indeléveis em pesquisas, publicações, programas arrojados para formação de docentes, desde o mestrado até o pós-doutorado e a professores titulares, laboratórios e hospitais voltados a sólida formação do MÉDICO.
Programas de Residência Médica competentes, suficientes para formação de Especialistas abalizados. Seguem aprendizados, pós-graduações “stritum e sensu lato“, trilhas na carreira universitária, cursos, simpósios, seminários, reuniões clínicas, congressos, aprendizados sem fins definidos.
Atender pessoas. Imposição essencial, gostar de gente de forma INCONDICIONAL. Atender, receber, acolher, compreender, afagar, consolar, orientar de maneira consistente. Condutas sólidas são resultantes do conjunto de condicionamentos pregressos, desde sonhos pueris e infantis até os múltiplos momentos da atribulada vida profissional.
Condições de trabalho, nem sempre adequadas, usualmente com jornadas exaustivas. Remunerações insuficientes. Cobranças de toda ordem, afinal, no ideário sonhador de pacientes e seus familiares todas as doenças são curáveis e nunca deixam sequelas. Morte é realidade para os outros, não para os próximos.
Incoerências insustentáveis. Progresso tecnicamente vertiginoso, é fato, desumanização progressiva da MEDICINA é verdade. Avanços inquestionáveis, porém, permeados com constâncias de modismos crescentes, desvirtuados dos verdadeiros objetivos da MEDICINA, esta sublime ARTE.
Somos MÉDICOS, orgulhosamente felizes com nossos misteres. Chego aos 55 anos como MÉDICO. Tivemos oportunidade de vivenciar muitas evidências e fatos neste mais de meio século de experiências. Salutares, por certo, sacrificados como atuação, compensadora como resultado. Diante dos contrastes atuais, ainda exercemos, com galhardia, nossos propósitos.
MÉDICAS e MÉDICOS brasileiros, Parabéns, orgulhemo-nos pela prática de uma das melhores medicina do mundo, destaque especial para o SUS em sua abrangência, mesmo a despeito de empresários inescrupulosos negociadores das doenças e das suas consequências.
*Dr. Cid Célio Jayme Carvalhaes – Médico neurocirurgião, advogado e escritor. Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Presidente do Conselho Deliberativo da SBN, Presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo e Presidente da Federação Nacional dos Médicos. Especialista no Direito Médico e da Saúde e Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Direito da Escola Paulista de Direito. É Colunista do Agenda Capital.
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