Reajuste de bolsa aos médicos passou para R$ 3.330,43 em março. Cerca de 900 médicos residentes trabalham na rede pública de saúde. O GDF só paga o auxílio moradia, o restante é repassado pelo MEC.

Médicos residentes da rede pública de saúde do Distrito Federal realizaram o segundo ato da greve, na manhã desta quarta-feira (22), em frente ao Palácio do Buriti. Os profissionais estão paralisados desde a última quarta-feira (15) por supostos erros no pagamento realizado pela Secretaria de Saúde, que não contempla o reajuste garantido pelo MEC em março deste ano. A pasta diz que os valores têm como base o valor antigo da bolsa, antes do reajuste, já que não estavam previstos na Leio Orçamentária do DF de 2016, fechada em 2015.

Cerca de 900 profissionais estão operando com 30% do efetivo somente nas áreas de pronto-socorro, urgência e UTI. Segundo os residentes, a bolsa de residência no valor reajustado de R$ 3.330,43 mais 30% de auxílio-moradia não está sendo paga. Além disso, pagamentos “sem critérios”, que vão de R$ 2 mil a R$ 3,5 mil, estariam sendo feitos sem explicações.

Os locais afetados pela greve são os hospitais de Base, Universitário e Materno Infantil, além de regionais da Asa Norte, Ceilândia, Taguatinga, Gama, Paranoá, Sobradinho e Planaltina.

Presidente da Associação Brasiliense dos Médicos Residentes, Bruno Braga Borges reafirmou que a paralisação causa impacto no atendimento de pacientes do DF. “Na teoria, a falta de residentes não deveria ter impacto na rede de saúde, mas na prática o efeito é o contrário. Apesar de sermos pós-graduandos, não tem nada que nos difere de um médico concursado.”

Após uma reunião com um representante da Subsecretaria de Assuntos Sindicais, os residentes foram informados de que o secretário de Planejamento e o secretário de Saúde vão se reunir e ainda na tarde desta quarta para entender o que está acontecendo e provocando o erro nos pagamentos. “A gente mora no hospital e dorme em casa, isso quando dormimos em casa. Sempre há um residente de plantão, inclusive nos domingos e feriados”, explicou a residente Marília Evangelista da Silva.

Os profissionais dizem que a residência pode durar de dois a cinco anos, dependendo da área de especialização. A carga horária é de 60 horas semanais, mas pode ultrapassar esse período, dependendo da área.

A residente de ginecologia e obstetrícia Sofia Santana Fernandez Costa explica que a interação direta com os pacientes é feita pelo residente. “Cobrimos os plantões de enfermaria, que são aqueles pacientes que estão internados nos hospitais. O médico residente é quem faz o verdadeiro contato com as pessoas. O staff (médico supervisor concursado) passa as orientações e nós executamos.”

A residente do Hran Cristina Cordeiro Pinheiro diz que o conhecimento da população para a causa é crucial, já que são as pessoas que sofrem diretamente com a falta de residentes no hospital. “É importante falar para a população que, na maioria das vezes, quem faz o atendimento do paciente é um residente. Podem achar que não faz falta, mas é o residente que faz esse trabalho”, explica.

Da Redação com informações do G1

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