O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Foto: Reprodução.

O parlamento de Israel aprovou neste domingo (13) novo governo de coalizão e o atual primeiro ministro, Benjamin Netanyahu, vai deixar o poder após 12 anos no comando do país.

Por Redação

O novo primeiro ministro será o político de direita Naftali Bennett, do partido ultranacionalista Yamina (ou “À direita”).

Bennet ficará no poder até setembro de 2023 como parte de um acordo de divisão de poder com o partido de centro Yesh Atid (“Há um futuro”, em hebraico).

Como parte do acordo, a líder do Yesh Atid, o ex-ministro das Finanças Yair Lapid, vai assumir o poder por dois anos a partir de 2023.

Reviravolta em Israel

A reviravolta na política doméstica de Israel é fruto de um surpreendente encontro entre Yair Lapid e Naftali Bennet.

O partido de Lapid foi o segundo mais votado nas eleições israelenses em março deste ano, depois do partido de direita Likud (“Consolidação”), liderado por Netanyahu. 

Em 6 de abril, o presidente israelense Reuven Rivlin deu um prazo de 28 dias para que Netanyahu conseguisse construir uma coalizão para formar um novo governo. Como o atual premiê não conseguiu atrair partidos suficientes para atingir maioria no parlamento, Rivlin transmitiu a missão para o segundo colocado Lapid, que desde então vinha dialogando com diferentes grupos na tentativa de alcançar maioria, mesmo que heterogênea.

As negociações sobre a formação de um novo governo foram interrompidas em 10 de maio, quando uma nova rodada de hostilidades entre Israel e o Hamas teve início na Faixa de Gaza. No último dia 30, nove dias após o anúncio de um cessar-fogo, o direitista Bennet, ex-assessor-sênior, chefe de gabinete, ministro da Educação e da Defesa em governos recentes de Netanyahu, foi à televisão para anunciar o golpe final no governo do ex-aliado.

“Farei tudo o que for preciso para formar um governo de unidade nacional com meu amigo Yair Lapid”, exclamou.O acordo entre os dois políticos, que divergem em diversos temas-chave, entre eles a possibilidade da criação de um Estado palestino, prevê que Bennet seja o primeiro-ministro pelos próximos dois anos – quando será substituído por Lapid, que governará por mais dois.

A coalizão vencedora também une opostos como Avigdor Lieberman, um polêmico nacionalista de extrema-direita que certa vez sugeriu que membros “desleais” da minoria árabe do país deveriam ser decapitados, e o pequeno partido árabe Ra’am, que busca proteção oficial a costumes conservadores muçulmanos e mais verbas para cidades de maioria árabe.

Este será o primeiro partido liderado por árabes a participar de um governo de coalizão em Israel.

Com BBC

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