Categoria cobra vacinação da vacina contra Covid. Greve dos metroviários completa duas semanas 

Por Redação*

Os rodoviários cruzaram os braços nesta segunda-feira (3) e paralisaram 100% do serviço de transporte público no Distrito Federal. A categoria reivindica a vacinação contra a Covid-19.

De acordo com o Sindicato dos Rodoviários do DF (Sinttrater), o serviço será interrompido por 24 horas. Nesta segunda, a greve dos metroviários completa duas semanas.

Em nota, a Secretaria de Saúde disse “reconhecer a importância da vacinação dos rodoviários” e que “segue ampliando os grupos prioritários de vacinação contra a Covid-19 dentro das possibilidades”.

“A pasta seguirá trabalhando para que os grupos de maior risco e os setores estratégicos da sociedade sejam imunizados o mais rápido possível, mas depende da produção e do envio de novas doses de vacina”, diz trecho do comunicado.

Em nota, o sindicato dos rodoviários orientou que a população “fique em casa” e informou que o serviço “volta normalmente na terça [4]”.

Na sexta-feira (30/4), representantes do sindicato foram ao Palácio do Buriti participar de reunião com membros do Executivo. De acordo com a entidade, a reunião “não atendeu às expectativas” e, portanto, não houve acordo entre as partes.

Parada de ônibus lotada devido a greve dos rodoviários. Foto: reprodução.

Embate judicial

Também na sexta, a 3ª Vara de Fazenda Pública do DF considerou que a paralisação anunciada “ilegal e abusiva” e determinou que os rodoviários “se abstenham de promover paralisação total ou parcial dos serviços de transporte”, sob pena de multa de R$ 1 milhão. A decisão foi do presidente do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), Pedro Matos de Arruda.

Entretanto, neste domingo (2), a desembargadora do TJDFT Sandra de Santis cassou a decisão anterior. A magistrada entendeu que “a decisão já proferida pelo juízo trabalhista, em dissídio coletivo, que afinal deve prevalecer, viabiliza o direito de greve dos trabalhadores, sem, contudo, inviabilizar o direito de ir e vir da população do Distrito Federal, por meio do transporte público”.

Com a nova determinação, em caso de greve, os metroviários devem manter contingente mínimo de 60% da frota nos horários considerados de pico – entre 5h e 9h30 e das 17h às 19h30 – e de 40% nos restante do dia. A pena para o descumprimento da medida é de R$ 50 mil por dia.

Impactos

A paralisação teve início às 0h. Em Ceilândia, na garagem da Marechal, os primeiros ônibus, que saem normalmente às 4h, ficaram parados. Apenas coletivos que foram levar funcionários para casa deixaram o estacionamento.

Durante a manhã, o reflexo da paralisação foi intenso. Paradas de ônibus lotadas, trens do metrô com aglomeração de pessoas e a intensa circulação de transporte pirata marcaram as primeiras horas do dia.

Passageiros ainda tentaram pegar um ônibus no terminal do BRT do Gama, na Rodoviária de Planaltina e no terminal rodoviário do Setor O. Entretanto, nenhum coletivo passou pelos pontos.

Em uma parada de ônibus da BR-020, em Planaltina, dezenas de pessoas aguardavam um ônibus que fosse ao Plano Piloto (veja foto acima). Alguns passageiros chegaram às 5h30 e, até às 7h30, continuavam aguardando.

Além disso, na região, veículos que fazem transporte pirata circulavam a todo momento, tanto em paradas de ônibus, quanto próximo à rodoviária da região. Passageiros se queixaram do preço do transporte por aplicativo, que estava mais caro devido à alta demanda.

Com a paralisação, congestionamentos se formaram em diversos pontos da capital. Na BR-040, entre Valparaíso (GO) e Santa Maria, a velocidade média na via era de 5 km/h, no sentido Plano Piloto, por volta das 7h40. Na BR-060, próximo ao viaduto de Samambaia, também no sentido Brasília, a velocidade média era de 34 km/h.

Em outros pontos, como nas estradas Parque Núcleo Bandeirante (EPNB) e Parque Taguatinga (EPTG), o trânsito também seguia lento até às 7h40.

Metrô-DF lotado devido a greve dos metroviários que já dura duas semanas. Foto: reprodução.

Greve dos metroviários

Somado à paralisação dos rodoviários, os metroviários estão em greve. O movimento completa duas semanas nesta segunda. Por determinação da Justiça, 80% dos trens devem circular nos horários de pico (veja funcionamento abaixo).

Com os ônibus parados, os passageiros de Brasília recorreram ao metrô. Com a frota reduzida – 19 trens em circulação –, os vagões ficaram lotados nesta segunda.

Uma passageira de Águas Claras registrou a lotação dos trens. Na estação, as pessoas não conseguiam entrar nos vagões devido à lotação (veja abaixo).

Os metroviários iniciaram a greve em 19 de abril. Eles protestam contra o corte do auxílio-alimentação, de R$ 1,2 mil. Os servidores também reclamam de “descumprimentos judiciais, como os descontos ilegais da greve de 2019 que, até hoje, não foram devolvidos”.

Desde o início do movimento, a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF) diz que o diálogo está aberto com a categoria, mas ainda não conseguiram chegar a um acordo. A pasta ainda aumentou a frota de ônibus nas regiões atendidas pelo serviço: Samambaia, Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras e o Plano Piloto.

Veja funcionamento no DF

Dias úteis

Das 6h às 8h45 e das 16h45 às 19h30: 19 trens

Das 8h45 às 16h45: nove trens

Das 19h15 às 23h30: cinco trens.

Sábados

Das 6h às 9h45 e das 17h às 19h15: 12 trens

Das 9h45 às 17h: sete trens

Das 19h15 às 23h30: cinco trens

Domingos e feriados

Das 7h às 19h: cinco trens.

*Com G1/DF

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