Por Redação

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por vetores artrópodes, que possui dois ciclos epidemiológicos distintos de transmissão: silvestre e urbano. Reveste-se da maior importância epidemiológica por sua gravidade clínica e elevado potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas por Aedes aegypti.

Macaco prego. Foto: reprodução

O médico infectologista com especialização nos EUA, Dr. Julival Ribeiro, em Carta Aberta as instituições, Sociedade Brasileira de Infectologia, Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e as autoridades sanitárias do Brasil, faz críticas contundentes sobre a Febre Amarela e a vacinação no Brasil.

De acordo com o infectologista, no ano de 2017, pessoas vieram a óbito e não houve notificação por parte das autoridades competentes.

Segundo Julival Ribeiro, no Brasil já ocorreram mortes de cidadãos em Minas Gerais e São Paulo. No Distrito Federal um paciente veio a óbito com suspeita de febre amarela.

Dr. Julival Ribeiro, infectologista

Veja a íntegra da Carta:

À

Sociedade Brasileira de Infectologia, a Sociedade Brasileira de Medicina tropical e às autoridades sanitárias do Brasil.

Considerando que febre amarela silvestre vem permeando regiões até então não consideradas endêmicas;

Considerando que no ano de 2017, cidadãos e cidadãs morreram de febre amarela, geralmente pessoas humildes, e não vimos nenhuma notificação de morte de nenhuma autoridade;

Considerando que atualmente temos mortes de macacos em São Paulo e Minas Gerais (fecharam parques). No Distrito Federal, paciente morreu no mês de novembro 2017 com suspeita de febre amarela, ainda em fase de confirmação. Neste momento no DF não se tem notícias de mortes de macaco na região em que o paciente esteve (fica em local próximo ao Lago Sul);

Considerando que em algumas regiões do país o índice de infestação do mosquito aedes aegypti é alta e o mesmo se encontra distribuído em todo território nacional (responsável pela transmissão da febre amarela urbana);

Considerando que no Paraguai em 2008 ocorreu a febre amarela urbana com alta taxa de letalidade. O bloqueio da expansão da doença ocorreu devido a vacinação em massa. (Imagine se não tivesse vacina suficiente). É uma lição para o Brasil vacinar progressivamente a começar pelas áreas de maior risco;

Considerando que o Brasil produz a vacina contra febre amarela;

Considerando que de acordo com a literatura mundial, a vacina é segura respeitando as contraindicações;

Considerando que a Organização Mundial de saúde (OMS) recomenda uma dose única de vacina – entretanto há questionamentos na literatura se a população que vive em áreas de alto risco contrair a febre amarela, deveria receber as duas doses;

Considerando o que vem ocorrendo não só no Brasil, como em várias partes do mundo – o desequilíbrio no ecossistema.

Perguntas:

Por que no Brasil estamos observando a migração da febre amarela silvestre, para áreas antes não consideradas de risco?

Quais as verdadeiras premissas de não se vacinar a população brasileira – a começar pelas áreas de maior risco e elaborando um planejamento para as outras áreas?

Quais os argumentos contra? Logística / recursos financeiros / não tem capacidade de produção da vacina? 

Por último de quem será a responsabilidade se um dia ocorrer a reurbanização da febre amarela no Brasil.  Será que a chance é zero? 

Com a palavra as autoridades competentes.

Dr. Julival Fagundes Ribeiro – médico infectologista com especialização no EUA, servidor da Secretaria de Saúde do DF, ex-Diretor Geral do Hospital de Base do DF.

Dose única

O atual surto de febre amarela no Brasil ainda é silvestre. As infecções ocorrem em zonas rurais e/ou mata. O vírus é transmitido pelos mosquitos Sabethes e Haemagogus.

A maneira mais eficiente de evitar o aumento dos casos é a vacinação. O governo federal liberou uma lista de locais onde a vacina é recomendada. Nas cidades onde não há recomendação, não é preciso receber uma dose.

O Ministério da Saúde resolver seguir a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, a partir de agora, uma única dose é suficiente para a proteção contra a doença.

Da Redação do Agenda Capital

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