A discussão com Moraes teve início quando o advogado de Garnier, o ex-senador Demóstenes Torres, perguntou a Rebelo se havia evidências de que seu cliente teria apoiado uma tentativa de golpe
Por Redação
O ex-ministro Aldo Rebelo voltou aos holofotes neste fim de semana após protagonizar uma discussão acalorada com o ministro Alexandre de Moraes durante depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira (23/5). Neste sábado (24/5), Rebelo usou suas redes sociais para disparar críticas contundentes à atuação da Corte e de seus ministros.
Ex-deputado federal por vários mandatos, Rebelo integrou os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ocupando cargos como ministro da Defesa, da Ciência e Tecnologia e do Esporte. Apesar de seu histórico no campo da esquerda, nos últimos anos ele tem adotado discursos alinhados ao campo conservador, especialmente ao bolsonarismo. O depoimento no STF ocorreu na condição de testemunha de defesa do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha durante o governo Bolsonaro, investigado por suposta participação em uma trama golpista.
Assista o vídeo abaixo:
https://www.instagram.com/reel/DKCKfREttwT/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==
A discussão com Moraes teve início quando o advogado de Garnier, o ex-senador Demóstenes Torres, perguntou a Rebelo se havia evidências de que seu cliente teria apoiado uma tentativa de golpe. Ao tentar interpretar a pergunta sob a ótica do uso da língua portuguesa, Rebelo foi interrompido por Moraes, que o advertiu severamente e chegou a ameaçar prendê-lo por desacato caso não se comportasse.
No dia seguinte, em vídeos publicados em seu perfil no Instagram, Aldo Rebelo acusou o STF de ultrapassar suas funções constitucionais, legislando no lugar do Congresso Nacional e interferindo na escolha de autoridades como ministros e delegados. “O Supremo foi, naturalmente, tomando gosto por arbitrar as disputas dentro do Legislativo”, afirmou.
Em outro trecho das postagens, Rebelo relembrou o tempo em que presidiu a Câmara dos Deputados, entre 2005 e 2007. “É uma situação quase que sem limite. Qual a função do Legislativo se o Supremo legisla?”, questionou.
O episódio evidencia o crescente tensionamento entre figuras políticas e o Supremo Tribunal Federal, especialmente em meio às investigações sobre tentativas de ruptura institucional no país. Rebelo, que já transitou por diversas posições ideológicas ao longo da carreira, agora se vê no centro do embate político-jurídico que marca o atual cenário nacional.
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Da Redação do Agenda Capital
