Foto: reprodução

Por *Miguel Lucena

Cazuza queria encontrar na ideologia um sentido para a vida, mas não conseguiu. Apesar de ser um artista famoso, mergulhou em comportamentos autodestrutivos, com o consumo excessivo de drogas lícitas e ilícitas, e morreu cedo demais.

Várias coisas dão sentido à vida, a começar pela luta para sobreviver, sustentar, criar e educar os filhos. Quem não precisa fazer nada para viver, como dizia o poeta, só passa pela vida, não vive, é espectro de gente.

A família é organização básica da sociedade, a mais antiga formação que se conservou depois dos primórdios, e deve ser preservada como espaço de solidariedade e fortalecimento da própria civilização.

A crença verdadeira em Deus ou algo que transcenda a existência terrena fortalece nas pessoas a fé nos semelhantes, freia os instintos primitivos e eleva o espírito, estimulando a caridade e a solidariedade entre os seres humanos.

O patriotismo/civismo não radicalizado ou fanático é também uma das fontes que dão sentido à vida das pessoas, se bem cultuado e aplicado com valores morais elevados.

A ideologia política, por se basear em crenças e utopias, deu sentido à vida de muita gente que, por causa dela, não enveredou pelo mundo das drogas e da autodestruição.

A cultura, reunindo toda a fantasia e criatividade humanas, criando ilusões e sonhos, trazendo a esperança em formas e conteúdos, também dá todo o sentido à vida.

Infelizmente, o que se vê hoje é uma parcela grande da sociedade sem ter obrigação de batalhar pelo seu sustento, sem sentimento patriótico, religião, fé no divino, filosofia política e cultura, mergulhada numa apatia de quem já morreu e não ficou sabendo.

Abrace uma causa, busque a fé e a esperança pelo caminho, leia, cante, dance, ouça música que acalme o coração, escreva ou leia poesias, veja obra de arte que o faça viajar pelas estradas da bondade, não deixe que transforme você em lixo humano, massa de manobra dos agentes das sombras e do maligno.

*Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista, escritor e colunista do Agenda Capital

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here