A construção Civil costuma trabalhar como um termômetro da economia do país. Se a quantidade de obras ou a velocidade diminui, é um forte indício de que a economia não vai bem. Em meio à crise, o primeiro sinal de um país recessivo é a falta de lançamentos e o excesso de demissões da produção que pulsa e insiste em crescer no ramo da construção civil.
Há quem diga que o período da bonança da construção civil evidenciado nos anos de 2009 a 2011 chegou ao fim. Segundo os dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria ), no ano de 2015 a construção civil apresentou queda de 5,2%, levando o PIB ( Produto Interno Bruto ) a uma queda de 3,8% por conseqüência .
Não é difícil para qualquer brasiliense hoje perceber que Brasília, a capital do Brasil, não é mais um canteiro de obras como se via nos anos de 2010 e 2011. Com a especulação imobiliária recorrente nesses anos, pequenos investidores apostaram tudo em compra e venda de imóveis, pois o mercado se mostrava bastante aquecido para tais negócios. Com isso, Brasília se tornou uma das capitais com maiores valores do m² construído já visto em todo o Brasil, perdendo espaço apenas para bairros nobres de são Paulo e Rio de Janeiro como Jardins, localizado na região no Ibirapuera/Vila Nova Conceição em são Paulo, e Leblon, localizado no Rio de Janeiro
Segundo Cláudio Porto, Presidente da Consultoria Macroplan, a recuperação da crise será difícil e lenta e deverá começar apenas em 2017. “Muitas empresas ficarão pelo caminho. Mas mesmo as outras companhias terão até cinco anos difíceis pela frente”, afirma.
De acordo com a revista Exame, a volta dos lançamentos ainda não está no Radar. No primeiro trimestre de 2015, as incorporadoras de capital aberto cortaram 68% dos lançamentos em comparação com o início de 2014. Seis das treze Incorporadoras de capital aberto, como Tecnisa e Brookfield, não lançaram um único empreendimento no ano passado.
A velocidade em que a Indústria da Construção Civil sairá da atual situação, está diretamente ligada à atual crise política, vivenciada no País, e a expectativa dos investidores do Setor. Não foi fácil criar uma crise do tamanho atual. Sair dela também não há de ser.
Colaboração: Juliana Machado, Eng. Civil – CREA: 21762/D-DF, Eng. Especialista em Segurança do Trabalho
Bom texto!
O único segmento da economia brasileira que ainda resiste a esse momento é o AGRONEGÓCIO, talvez e principalmente porque é onde a gestão pública menos consegue interferir.