Ex-ministro da Justiça Sergio Moro

Em processo sigiloso, legenda questiona irregularidades nos gastos de campanha; em caso de cassação, sigla fica com a vaga; ex-juiz afirma não ter receio ‘quanto à lisura’, a ‘transparência e seriedade das doações e despesas

Por Luiz Vassallo e Gustavo Queiroz

O partido do presidente Jair Bolsonaro, o PL, entrou com um pedido na Justiça Eleitoral do Paraná pedindo a cassação do mandato do senador eleito, Sérgio Moro (União Brasil). Os detalhes da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) movida pelo diretório estadual da legenda estão sob sigilo, mas o Estadão apurou que o PL deve questionar irregularidades nos gastos de campanha.

O movimento se dá meses depois de Moro ter declarado publicamente apoio à candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro, e até mesmo acompanhado o então candidato nos debates televisivos do segundo turno da eleição presidencial. Segundo apurou o Estadão, apesar de ser patrocinado pelo diretório no Paraná, a ação tem aval do presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto.

Moro foi eleito com 33,82% dos votos, em uma disputa apertada com o segundo colocado, o deputado federal Paulo Martins (PL), que alcançou 29,12% dos votos. Segundo apurou o Estadão, internamente, a esperança é de que a legenda consiga alijar o ex-juiz da Operação Lava Jato do Senado e ficar com a vaga de Moro.

Procurado, o presidente da legenda no Paraná, Fernando Giacobo, afirmou que não se manifestaria porque o processo está sob sigilo. Valdemar Costa Neto também não se manifestou. A assessoria de imprensa do PL Nacional afirmou que a ação é patrocinada pela legenda no Estado.

No início deste mês, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) se manifestou pela terceira vez pela reprovação das contas de Moro – após duas manifestações do ex-juiz. Entre as inconsistências apontadas pelo tribunal estão o recebimento de recursos com origem não identificada, a omissão de receitas e gastos eleitorais, doações não incluídas da prestação parcial de contas de campanha e recebidas após as eleições.

Procurado, Moro disse que desconhece a “existência de eventual ação do PL” e nada tem “a recear quanto à lisura, regularidade, transparência e seriedade das doações e despesas eleitorais.”

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Com informações do Estadão 

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