Segundo o soldado Danilo Martins, ele foi agredido e humilhado para que desistisse do curso. Comandante do Patrulhamento Tático foi afastado e celulares foram apreendidos. Crime militar também é apurado pela PMDF

Por Redação 

A 3ª Promotoria de Justiça Militar e a Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal deflagraram, nesta segunda-feira, 29 de abril, operação para apurar suposta tortura contra um soldado durante o curso de Patrulhamento Tático Móvel do Batalhão de Choque (BPChoque). 

Segundo a vítima, ele foi forçado a desistir do curso de formação. Com a recusa da desistência, foi agredida, humilhada e torturada durante oito horas.

A pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), foram cumpridos 13 mandados de prisão temporária, apreensão de celulares dos militares supostamente envolvidos e suspensão do curso até o encerramento das investigações. Também foram determinados o afastamento do comandante do BPChoque até o encerramento das apurações e o acesso ao prontuário médico da suposta vítima para elaboração do laudo de exame de corpo de delito.

Segundo o soldado Danilo Martins, ele foi agredido e humilhado para que desistisse do curso de formação do patrulhamento tático móvel do Batalhão de Choque (BPChoque). Danilo ficou internado no hospital por seis dias, após 8h dentro do batalhão sendo torturado. Segundo ele, as agressões só pararam quando ele assinou o termo de desistência do curso.

Mais cedo, a corporação informou que a corregedoria abriu um inquérito para apurar o caso e informou que o tenente apontado como o responsável por liderar as agressões se desligou da coordenação voluntariamente, enquanto o caso é investigado. Mas, em nota, negou que o policial tenha sido forçado a assinar a desistência e disse que “não há que se falar em tortura”.

Forçado a assinar desistência

Danilo conta que se inscreveu no curso de patrulhamento tático móvel de 2024. No dia 22 de abril, haveria a apresentação, onde são tratadas questões documentais, de alojamento, cerimonial e toda a logística do curso.

“Eu me apresentei às 8h15, juntamente com o turno, e o coordenador já me retirou do turno e disse que se eu não assinasse o requerimento [de desistência] que já estava preenchido, ele iria me tirar, seja por lesão ou trairagem”, lembra Danilo.

O soldado conta que se recusou assinar a desistência, por várias vezes. E foi quando, segundo ele, o tenente coordenador do curso de patrulhamento tático móvel iniciou as agressões contra ele, junto de outros policiais.

Danilo é escritor e atleta, e já venceu uma competição internacional de futebol dentro da corporação. Ele também costuma compartilhar a rotina nas redes sociais. Segundo ele, isso pode ter motivado as agressões.

O que diz a PMDF

Segundo o depoimento, Danilo identificou o tenente responsável pelo curso como Marco Teixeira. Procurada, a PMDF informou, por meio de nota, que durante as atividades do curso de Patrulhamento Tático Móvel, no dia 22 de abril, um aluno solicitou desligamento após passar pela etapa inicial da formação e exercícios físicos previstos.

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Da Redação com informações do MPDFT / G1

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