“O Brasil não pode ficar com apenas duas candidaturas, extremamente polarizadas, que se alimentam mutuamente e que funcionam como cabos eleitorais recíprocos. O país precisa de mais opções”, disse Santa Cruz 

Por Redação 

O general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz disse ao Estadão que colocou seu nome à disposição do Podemos para ser candidato à Presidência. Apoiador da candidatura do ex-juiz Sérgio Moro, o general afirmou que a decisão de se apresentar à convenção do partido surgiu após Moro trocar o Podemos pelo União Brasil. “A convenção deve decidir a candidatura.”

“A Renata Abreu (presidente do Podemos) tem, por enquanto, a ideia de uma candidatura própria. Eu coloco o meu nome à disposição do partido. Mas o partido tem de estar aberto para se unir ao centro, para quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro”, disse Santos Cruz ao jornal O Estado de S. Paulo.

Um dos maiores críticos do governo Bolsonaro na área militar, Santos Cruz, no entanto, apoiou o atual presidente e chegou a ocupar a secretaria de Governo no início da gestão. A relação do general com o presidente azedou no meio dos ataques sofridos por ele pela ala ideológica do governo, representada pelos apoiadores do falecido filósofo Olavo de Carvalho. Santos Cruz também não nutria boas relações com o filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro. Terminou demitido em 2019.

“As forças políticas de centro precisam mostrar capacidade de apresentar à sociedade brasileira pelo menos mais uma opção viável, equilibrada, para a próxima disputa presidencial”, disse o general. “O Brasil não pode ficar com apenas duas candidaturas, extremamente polarizadas, que se alimentam mutuamente e que funcionam como cabos eleitorais recíprocos. O país precisa de mais opções”, completou.

O ex-ministro, no entanto, não está se colocando na posição de pré-candidato. Ao jornal O Estado de S. Paulo, ele disse que a candidatura deve ser definida pela convenção do Podemos e que só colocou seu nome na disputa após a saída de Moro do partido. O general disse ainda que, caso haja consenso entre os partidos, deve apoiar um candidato escolhido pela terceira via – candidatura sonhada pela oposição contra o cenário de polarização entre o ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro nestas eleições.

Assim como o ex-aliado e presidente Bolsonaro, Santos Cruz diz que a favor do fim da reeleição para cargos do Executivo e a ampliação do mandato presidencial para 5 anos. Também tem como bandeira o fim do foro privilegiado – reservando esse direito aos chefes dos três Poderes. “Essas duas medidas são minhas prioridades, aliadas ao combate à desigualdade”.

Da Redação do Agenda Capital / Estadão

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