Foto: Reprodução

Roberto Dias foi convocado a dar explicações sobre acusações de que teria pedido propina em negociação de vacina e pressionado servidor do ministério a liberar Covaxin. Ele nega acusações.

Por Redação

O presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), deu ordem de prisão na tarde desta quarta-feira (07), a Roberto Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, porque teria feito declarações mentirosas à comissão durante seu depoimento. Aziz afirmou que “deu chances o tempo todo” para Roberto Dias falar a verdade.

Os senadores afirmam ter provas de que o ex-diretor negociou a compra de vacinas em nome do ministério, algo que ele vem negando durante a oitiva. “O senhor está detido pela presidência” afirmou o presidente da CPI

Senado Omar Aziz manda prender Roberto Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde.

Aziz pediu para que o sistema de som da sala reproduzisse áudios que, segundo ele, confirmavam a participação de Dias na compra de vacinas publicados no site da CNN. , e segundo a emissora contestam a versão de que o encontro entre Dias e o policial Luiz Paulo Domimghetti foi acidental. A advogada do ex-diretor protestou e afirmou que a prisão seria uma ilegalidade, e que ele estaria colaborando com a CPI desde manhã. Ela afirmou que o depoente não vai responder mais às perguntas.

A decisão de Aziz provocou reação da advogada de Roberto Dias. Ela afirmou que a prisão é um “absurdo” e que o ex-diretor deu “contribuições valiosíssimas” para a comissão.

A advogada ainda questionou se Roberto Dias continuaria na condição de testemunha ou se havia passado à condição de investigado. “Se estiver na condição de investigado, eu vou orientar que ele permaneça em silêncio”, declarou a responsável pela defesa do ex-diretor.

Reação de senadores

Aliado do Palácio do Planalto, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) perguntou a Aziz em qual fato e em qual argumento o presidente da CPI se baseou para determinar a prisão.

Aziz, então, respondeu: “Perjúrio desde o início.”

Marcos Rogério, na sequência, indagou: “Qual o fato?”.

Aziz, em resposta, disse: “Vários. Vários. Vários. Dizer que não tinha conhecimento que ia se encontrar com o Dominghetti. Marcar uma audiência relâmpago.”

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), então, sugeriu uma acareação entre Roberto Dias e Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde.

Omar Aziz respondeu que não fará acareação “com dois mentirosos”.

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), se dirigiu a Aziz e pediu respeito aos direitos de Roberto Dias. “Vossa excelência nunca se afastou desta posição de equilíbrio”, argumentou Bezerra.

Aziz, então, respondeu que não aceitará que a CPI vire “chacota”.

“Tenho sido desrespeitado como presidente da CPI, ouvindo historinhas. As pessoas se preparam. Não aceito que a CPI vire chacota. Temos 527 mil mortos, e os caras brincando de negociar vacina. […] Ele está preso por mentir, por perjúrio”, declarou Aziz.

“Se eu estiver cometendo abuso de autoridade, que a advogada dele me processe. Nós não estamos aqui para brincar, para ouvir historinha de servidor que pedir propina. Ele que recorra na Justiça, mas ele está preso e a sessão está encerrada. Pode levar”, completou.

Da Redação com CNN/UOL/G1

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