Biden: seu governo é o mais "pró-trabalhadores" da história dos EUA. Lula: "Não há democracia sem sindicato forte".

Presidentes reuniram-se em Nova York. Parceria cita garantir direitos a trabalhadores da economia digital, usar transição verde para criar empregos de qualidade e combater a discriminação.

Por Redação

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Joe Biden, reuniram-se nesta quarta-feira (20/09) em Nova York e lançaram uma parceria com o objetivo de fortalecer os direitos de trabalhadores, inclusive daqueles que trabalham por meio de aplicativos.

Foi a segunda reunião entre Lula e Biden neste ano, e ocorreu um dia após a sessão de debates da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

A parceria entre os dois países tem como objetivo garantir que o investimento na transição energética crie empregos de qualidade, proteger os direitos dos trabalhadores de plataformas digitais e aumentar a representação dos trabalhadores em fóruns internacionais, como o G20 e as conferências do clima.

O acordo, que recebeu o nome de Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores, também estipula juntar esforços com a iniciativa privada pra criar empregos, combater a exploração e a discriminação no ambiente de trabalho – em particular a de gênero, racial e por orientação sexual –,  e ampliar o conhecimento dos trabalhadores sobre seus direitos.

No princípio, a parceria envolve apenas o Brasil e os Estados Unidos, mas outros países e organizações serão convidados a aderir no futuro.

No primeiro encontro do ano entre Lula e Biden, em fevereiro na Casa Branca, os dois líderes focaram no combate às mudanças climáticas, proteção da Amazônia e defesa dos valores democráticos.

Tema importante para os dois líderes

A questão trabalhista é um tema caro aos dois presidentes. A aprovação de novas regras trabalhistas que criem uma “extensa proteção social” para os trabalhadores autônomos, como os de aplicativos, é uma das propostas da plataforma de governo de Lula.

Nos Estados Unidos, há no momento uma greve de mais de 12 mil trabalhadores do setor automobilístico que afetam fábricas da Ford, da General Motors e da Chrysler, e Biden pediu na sexta-feira às montadoras que melhorem suas contrapropostas feitas aos funcionários.

A criação de empregos de qualidade a proteção de direitos trabalhistas também é uma das estratégias apontadas por especialistas para conter o extremismo de direita e fortalecer o apoio à democracia

Transição verde como vetor de empregos

Em declaração conjunta após o encontro, que também contou com a presença do diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho, Gilbert F. Houngbo, Biden afirmou que seu governo seria o “mais pró-trabalhadores” da história americana, e disse ser crucial aproveitar os investimentos na transição verde para a criação de empregos de qualidade. Ele também afirmou que a ideia para a parceria anunciada nesta quarta-feira havia partido de Lula.

O presidente brasileiro, por sua vez, ressaltou a necessidade de “melhorar a vida do trabalhador, sobretudo neste mundo digitalizado” e que “não há democracia sem sindicato forte”. Ele mencionou ainda a sanção de uma lei para garantir salários iguais a mulheres e homens no Brasil, em maio último.

Lula lembrou um trecho do discurso de posse de Biden na Casa Branca, no qual o americano afirmou que a riqueza dos EUA não teria sido construída pelos empresários, mas pelos trabalhadores, e disse que fará da transição energética no Brasil uma oportunidade para criação de vagas.

Ele afirmou ainda que promoverá os termos da parceria junto a outros países, inclusive no G20, no Brics e na COP30, fóruns que serão presididos pelo Brasil durante o atual mandato do petista.

Segundo autoridades dos Estados Unidos afirmaram à agência de notícias Reuters, a parceria também tem o objetivo de fortalecer os laços com o Brasil, num contexto de crescentes laços entre Brasília e Pequim.

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Com informações da bl/av (Reuters, ots)

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

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