A primeira providência a ser tomada, quando nos deparamos com uma situação como essa, é aliviar o fardo carregado pelo recurso – humano, material, tecnológico ou outro.
Por Edivan da Silva*
Todo empreendedor sabe que a sobrevivência no competitivo mundo empresarial não é tarefa fácil. Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae, um dos grandes obstáculos percebido pelos micros e pequenos empreendedores é atingir o público consumidor de produtos e serviços. Esse é o primeiro grande limitador à capacidade de expansão dos negócios, ou na linguagem da teoria das restrições, o primeiro gargalo que a empresa enfrenta. Infelizmente não é o único.
Nos processos do dia a dia empresarial infindáveis elementos podem aparecer como restrições à capacidade produtiva dos negócios, impedindo o fornecimento de produtos e serviços nos volumes e prazos que seriam adequados ao mercado. Tais elementos possuem em comum o fato de terem desempenho inferior a outros recursos presentes no processo empresarial. Na prática, eles determinam quanto é possível fornecer ao mercado.
É o caso daquele supervisor super-zeloso, que gosta de assumir todas as responsabilidades. O problema desse comportamento é que em algum momento a carga de responsabilidades desse colaborador ultrapassa sua capacidade e começa a emperrar todo o processo, pois nada segue em frente sem passar pela sua criteriosa avaliação. Começam a se formar estoques de demandas que aguardam o seu parecer.
O que se passa em sua mente? Desconfiança? Insegurança? Melhor será se aprender um novo jeito de gerir os negócios.
A primeira providência a ser tomada, quando nos deparamos com uma situação como essa, é aliviar o fardo carregado pelo recurso – humano, material, tecnológico ou outro – que atingiu sua capacidade máxima de produção, isso se dá, geralmente, através da distribuição da sobrecarga suportada pelo elemento produtivo para outros elementos de nosso processo elevando, assim a capacidade de produção desse componente tão importante ao processo empresarial.
Resolvido o problema do recurso limitativo é possível que constatemos que ele não era o único a emperrar o fluxo dos negócios e identifiquemos outro ponto que mereça atenção, ou seja, um novo gargalo em nosso processo produtivo e de negócios. Retomamos então, todos os procedimentos realizados anteriormente, até que elevemos a capacidade produtiva desse novo elemento limitante.
O resultado dessas sucessivas revisões, em uma dinâmica de melhoria contínua do fluxo de operações dentro da organização, é um processo mais enxuto, mas eficiente e no qual os recursos utilizados trabalham em sintonia para o melhor resultado empresarial, ou seja, o resultado é atingimento da meta da empresa.
A importância desse tema sugere uma visita ao romance “A Meta”, do físico israelense Eliyahu Goldratt, que de forma didática e muito gostosa apresenta sua teoria sobre o uso de recursos limitativos do processo produtivo. Vamos à leitura e, depois, vamos repensar nosso processo organizacional. Será que nós mesmos já nos transformamos em gargalos? E nós mesmos estamos afundando nossas empresas? Quem é o seu gargalo?
*Prof. Edivan da Silva – Contador, Economista e Administrador. Especialista em Processos Organizacionais, Planejamento Estratégico e Plano de Negócios. MBA em Controladoria, Governança Corporativa, Auditoria, Perícia Contábil, Compliance e Direito Tributário. Mestre em Contabilidade e Professor Universitário. Consultor Empresarial com implantação de indicadores de alta performance. Palestrante.
Siga o Agenda Capital o Instagram>https://www.instagram.com/agendacapitaloficial/