Por Dr. Cid Carvalhaes *
Penúltimo final de semana de 2024. Festas, confraternizações, trocas de presentes, comidas e bebidas em quantidades bem mais que generosas, votos reais e formais de boas festas, tudo repetido em panoramas bem conhecidos. Afinal, é o final do ano.
Propaganda interessante de uma companhia aérea em vésperas do Natal. O passageiro, no balcão do check-in, informa seu destino. Uma atendente bonita e simpática o oferece mudança imediata do destino para um outro, hipoteticamente paradisíaco, com embarque imediato, prolongando a estadia até os primeiros dias do ano vindouro, sem nenhum ônus e um bônus, em espécie. Todos os passageiros recusam a oferta e justificam compromissos de visitar suas famílias. Conclusão: Natal é união, encontros, congraçamentos.
Um jornalista de destaque entrevista celebridades de áreas distintas e os questiona sobre o verdadeiro espírito natalino. Respostas as mais distintas.
Desesperança de muitos, orgias financeiras de tantos, posturas desvirtuadas do significado natalino, desconfianças, expectativas de mudanças comportamentais, invocacões da proteção divina, e muito mais. Há de se refletir bastante.
Para interesses comerciais representa convergências. Para intelectuais significa conflitâncias. Disparidades se afiguram e, neste mundo de agilidade, telas, superficialidades, conjecturas intelectivas importantes, profundos contrastes, dicotomização de posições ideologicas, sociedade confrontante, alberga lugar para tudo.
O mundo conta, no momento, com mais de 8 bilhões de habitantes. Continentes distintos, países diversos, culturas múltiplas, posições religiosas, políticas, doutrinárias, produções econômicas diversificadas, solidez econômica própria de cada um, expõe, em tempo real, enormes diferenças existentes.
Situação incompreensível, guerras que se alastram, todas em nome da “liberdade”, muitas por “razões” religiosas, econômicas, financeiras, explorações de riquezas naturais existentes, mundo aquecido, mudanças climáticas, escassez de água potável, secas dizimando grandes extensões geográficas, poucos abastados, muitos sacrificados.
Grande questão se afigura: razões assistem a companhia áerea com conclusão de congraçamentos e união, aos intelectuais com suas observações críticas, realidade de um mundo controverso, todos fazendo do real Espírito Natalino de respeito, equidade, amor, confluência, reflexões individuais de auto análises, enfim, do verdadeiro espírito Natalino, escudos de defesas dos seus interesses, muitos deles, deveras mesquinhos.
Vamos refletir juntos. Bom Natal!!!
*Dr. Cid Célio Jayme Carvalhaes – Médico neurocirurgião, advogado e escritor. Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Presidente do Conselho Deliberativo da SBN, Presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo e Presidente da Federação Nacional dos Médicos. Especialista no Direito Médico e da Saúde e Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Direito da Escola Paulista de Direito. É Colunista do Agenda Capital.
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