Secretaria de Segurança Pública deixou todo o efetivo da PM de prontidão e não descarta uso de bomba de gás em caso de ‘extrema necessidade’

Por Lauriberto Pompeu

BRASÍLIA – O governo do Distrito Federal montou um esquema de segurança de proporções inéditas para evitar conflitos na manifestação convocada para o 7 de Setembro por apoiadores do presidente e pelo próprio Jair Bolsonaro (PL). Há um forte clima de tensão em torno do ato por causa de bandeiras radicais como ataques antidemocráticos ao STF e ao TSE nos últimos meses.

O aparato que mobiliza todo o efetivo da Polícia Militar do DF, e conta ainda com apoio da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Força Nacional, é o maior já montado para uma celebração do Dia da Independência. As forças de segurança dizem estar preparadas para evitar eventuais tentativas de invasão de prédios públicos.

O governo sustenta que vai colocar todo o efetivo policial de prontidão municiado com equipamentos para contenção de protestos como bombas de gás, de luz e som, além da cavalaria. Folgas foram canceladas no feriado. O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, disse em entrevista ao Estadão que os policiais estão preparados para conter possíveis atos de “distúrbios civis” entre apoiadores mais radicais de Bolsonaro. Sua expectativa, no entanto, é que a manifestação ocorra de forma tranquila.

Segundo o secretário, os equipamentos de efeito moral só serão utilizados em caso de “extrema necessidade”. “Algum tipo de bomba de gás e também de luz e som, a própria cavalaria, que é utilizada nessa situação para que haja um certo tipo de contenção, mas a gente não acredita que precise fazer uso disso”, explicou.

Multidão

O público estimado pelo GDF para o ato político e o desfile de 7 de Setembro é de 500 mil pessoas. No ano passado, a PM divulgou extraoficialmente que 400 mil pessoas haviam participado de ato na Esplanada. Numa comparação com eventos históricos na capital federal e que lotaram os gramados em frente ao Congresso, o número foi considerado inflado. Donos dos números, policiais militares têm manifestado alinhamento com Bolsonaro.

Locais considerados sensíveis, como o Supremo Tribunal Federal, o Congresso, alvos de ataques de bolsonaristas, terão o acesso fechado. “A gente vai utilizar gradis em todos esses prédios. Supremo, Câmara, Senado, Planalto, MRE (Ministério das Relações Exteriores) e Ministério da Justiça vão estar cercados para evitar que o público tenha acesso, não vai ser área permitida para manifestação”, disse o secretário.

Não há previsão, até o momento, de que Bolsonaro faça discurso em Brasília. Durante a parada militar, a participação do presidente se limita em abrir o desfile e acompanhar a passagem da tropa sem manifestar-se. Ele pode, no entanto, após o evento, querer falar como já fez em outras ocasiões usando carro de som de seus apoiadores.

O secretário de Segurança do DF chamou a atenção para o fato de os hotéis da capital federal já estarem quase com sua capacidade total lotada. “A gente está esperando também caravanas que venham de fora. A rede hoteleira de Brasília já está com índice elevado de ocupação, mais de 80% para o período. Deve ter bastante gente em Brasília. A gente acredita que para o desfile de 7 de setembro, dia da pátria, vai ser um público considerável. A gente se prepara para um público grande”.

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Da Redação com Estadão 

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