Por Dr. Cid Carvalhaes*
Vida triste, alegre, curta comprida,
Carrancuda, hilariante, vibrante, sofrida,
Pujante, lacônica, delirante, emocionante,
Exuberante, discreta, sonolenta, pulsante,
Serena, intensa, alheia, presente,
Às vezes longínqua, outras constante,
Imiscuir-se nas alheias, realidade costumeira,
De certo, inconveniente, por qualquer maneira,
Quanta besteira ocorre em seu curso,
Não raro se afigura como abraço de urso,
Sem discurso.
Realizam-se conquista a perder de vista,
Porém os tropeços estão sempre na pista,
Sem malícia.
Pudor, rancor, promiscuidade, amor,
Furor, afeto, agressão, ardor,
Quanta incoerência na discussão,
Vive-se alegre ou triste, pobre ou rico,
Matizes diversas, preconceitos à beça,
Incompreensões que se fazem,
Tolerâncias se desfazem, somos incapazes.
Vida, indisponível pela lei, sofrida por viver,
Alguns nababescos, muitas aos avessos,
Contrastes se fazem a todo momento,
Diversidades são verdades para acolhimento,
Nem sempre é o caso, pois, resistências existem,
Essas dispensáveis quando impertinentes,
Desejos prementes de ausentes presentes.
Muitos contrastes, assim diz o francês:
“C’est lá vie, mon ami“.
*Dr. Cid Célio Jayme Carvalhaes – Médico neurocirurgião, advogado e escritor. Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Presidente do Conselho Deliberativo da SBN, Presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo e Presidente da Federação Nacional dos Médicos. Especialista no Direito Médico e da Saúde e Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Direito da Escola Paulista de Direito. É Colunista do Agenda Capital.