Reunião em Belarus para um possível cessar-fogo. Foto: Reprodução.

Encontro discutirá um possível cessar-fogo; Assembleia-Geral da ONU será realizada nesta segunda-feira (28)

Por Redação

Começou nesta segunda-feira (28), por volta das 8h (horário de Brasília), uma reunião entre delegações da Ucrânia e da Rússia em Belarus para tratar sobre o conflito na região. Nenhum dos dois presidentes envolvidos na guerra participam do encontro, que não tem hora para acabar. Na reunião, a Ucrânia exigirá um cessar-fogo “imediato” e a retirada das tropas russas. A Rússia não quis revelar sua posição antes do encontro.

Hoje, a invasão russa à Ucrânia entrou no quinto dia. A capital, Kiev, e a segunda maior cidade ucraniana, Kharkiv, amanheceram com explosões, segundo relatório do serviço estatal de informação do país. As Forças Armadas ucranianas, porém, dizem que o Exército russo parece ter diminuído o ritmo da ofensiva, quando são aguardadas negociações entre as duas nações.

A delegação ucraniana chegou à área na fronteira com Belarus para negociações com a Rússia e as conversas já começaram, informou o governo da Ucrânia.

De acordo com um comunicado, a delegação inclui, entre outros, o ministro da Defesa, Oleksiy Reznikov, conselheiro do chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, Mykhailo Podoliak, e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Mykola Tochytskyi.

O presidente Volodymyr Zelensky não faz parte do grupo. O país exigiu um “cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas”, disse um comunicado da presidência ucraniana mais cedo.

Neste domingo (27), Zelensky recusou conversas com a Rússia em Belarus, afirmando que o país é cúmplice da invasão, mas deixou a porta aberta para negociações em outros locais. Em um acordo firmado mais tarde, os países optaram por se encontrar em uma região fronteiriça, perto do rio Pripyat, localizado ao norte do país ucraniano.

Alexander Lukashenko, presidente da Belarus, assumiu a responsabilidade de garantir que todos os aviões, helicópteros e mísseis estacionados em território bielorrusso permaneçam no solo durante a viagem, sem atividades.

Na última sexta-feira, em mensagem de vídeo, o presidente da Ucrânia pediu novamente conversas diretas com o líder russo Vladimir Putin. “Gostaria de me dirigir ao presidente da Federação Russa mais uma vez. Há combates em toda a Ucrânia agora. Vamos nos sentar à mesa de negociações para impedir a morte das pessoas”, disse Zelensky.

“Calmaria” em Kiev

A capital ucraniana teve uma noite “calma” neste domingo (27), disse o Conselho da Cidade de Kiev na manhã de segunda-feira (28) – mas as autoridades alertaram os moradores para permanecerem em casa enquanto os combates continuam.

“No geral, a noite passada foi calma, excluindo algumas brigas com grupos de sabotagem e reconhecimento. No entanto, a cidade estava ocupada preparando sua defesa. Veremos fortificações, armadilhas para tanques e outras estruturas defensivas que apareceram nas ruas de Kiev”, disse o conselho em comunicado.

Mercearias e transporte público em Kiev estão abertos desde as 8h, horário local, embora o metrô funcione com menor frequência do que o normal.

Batalha em Mariupol

De acordo com a agência de notícias Reuters, houve combates em torno da cidade portuária ucraniana de Mariupol durante a noite passada. A informação teria sido passada por Pavlo Kyrylenko, chefe da administração regional de Donetsk, pela televisão nesta segunda-feira (28).

Ele não disse se as forças russas ganharam ou perderam terreno e nem forneceu números de baixas.

Rublo cai 30% e Rússia sobe juros para 20% após enxurrada de sanções

A moeda da Rússia caiu para um recorde de baixa em relação ao dólar dos Estados Unidos nesta segunda-feira (28) como o sistema financeiro do país cambaleou por sanções esmagadoras impostas pelos países ocidentais.

O rublo perdeu mais de 30% de seu valor para ser negociado a 109 por dólar às 4h30 (horário de Brasília), após uma queda anterior de até 40%. O início das negociações no mercado de ações russo foi adiado.

O colapso da moeda fez com que a central russa voltasse a implementar medidas de emergência, incluindo um grande aumento nas taxas de juros de 9,5% para 20%.

Reunião emergencial da Assembleia-Geral da ONU

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) convocou, neste domingo (27), uma reunião emergencial da Assembleia-Geral, com 193 países membros para tratar da invasão da Ucrânia pela Rússia.

O encontro está marcado para as 12h (de Brasília) desta segunda-feira (28), no momento que aliados ocidentais intensificam uma campanha diplomática para isolar Moscou.

A votação do conselho de 15 membros foi processual para que a Rússia não pudesse exercer seu veto. Uma resolução convocando a sessão da Assembleia-Geral foi adotada com 11 votos sim. A Rússia votou contra, enquanto China, Índia e Emirados Árabes Unidos se abstiveram. O Brasil foi a favor.

Espera-se que a Assembleia-Geral vote uma resolução semelhante na quarta-feira (1º), disse a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, ao Meet the Press da NBC neste domingo. Nenhum país tem direito a veto na Assembleia-Geral.

O que de mais importante aconteceu no final de semana

  • O prefeito da cidade de Berdyansk, na costa sul da Ucrânia, disse que as forças russas entraram e assumiram o controle da cidade;
  • A Ucrânia e a Rússia concordaram em realizar um encontro na segunda-feira (28) na fronteira com Belarus para discutir o conflito, segundo o presidente Volodymyr Zelensky;
  • O Conselho de Segurança da ONU aprovou a convocação de uma reunião emergencial da Assembleia-Geral da organização;
  • O Ministério de Relações Exteriores do Brasil anunciou que cerca de 100 brasileiros ainda estão na Ucrânia e 80 já saíram do país;
  • A Ucrânia resistiu e repeliu ataques da Rússia, em especialcontra a capital Kiev, de acordo com o presidente do país;
  • EUA, União Europeia, Reino Unido, Canadá e Japãodecidiram excluir a Rússia do Swift, um sistema global de pagamentos;
  • A União Europeia estabeleceu uma série de sanções contra a Rússia, como o fechamento do espaço aéreo para aeronaves do país;
  • Ao falar sobre a guerra na Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o país opta pela “neutralidade”;
  • O chefe do diplomacia da UE, Josep Borrell, anunciou que o bloco fará novas sanções contra a Rússia na segunda-feira, com foco na elite do país;
  • A segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, foi palco de uma nova investida russa, com a explosão de um gasoduto;
  • A Fifa proibiu a Rússia de usar hino, bandeira e sediar jogos;
  • O enviado especial da CNN Mathias Brotero mostrou refugiados deixando Kiev rumo a Varsóvia em trens lotados;
  • Milhares de manifestantes se reuniram na Europa para protestar contra ataque russo à Ucrânia;
  • O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou que o país destinará mais de 2% do PIB para defesa;
  • O governo ucraniano anunciou o fechamento de fronteiras com a Rússia e Belarus
  • Países da Europa anunciaram o envio de reforços e armas para a Ucrânia em meio à invasão da Rússia;
  • Um prédio residencial em Kiev foi atingido por um míssil, em meio à investida russa contra a cidade;
  • A Casa Branca cobrou da China uma condenação à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Com CNN e Agências Internacionais

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