Pessoas procuram sobreviventes nos escombros em Diyarbakir. Foto: Reprodução.

Número de vítimas deve aumentar, segundo autoridades; tremor de magnitude 7,8 na escala Richter foi sentido no Líbano e no Chipre

Por Redação

Um forte terremoto de magnitude 7,8 foi sentido no sudeste da Turquia e no norte da Síria na manhã desta segunda-feira, derrubando centenas de prédios e matando mais de 1.300 pessoas.

Acredita-se que haja mais de três mil feridos, e centenas ainda estejam presas sob os escombros. O número de vítimas deve aumentar à medida que equipes de resgate vasculham montes de destroços em cidades e vilas da região.

A tragédia aconteceu às 4h17 no horário local (22h10 no horário de Brasília). O epicentro foi próximo a Gaziantepe, cidade turca de aproximadamente dois milhões de habitantes perto da fronteira com a Síria.

A Associated Press relata que a agência de gerenciamento de emergências e desastres da Turquia disse que pelo menos 284 pessoas foram mortas em sete províncias turcas. A agência disse que 440 pessoas ficaram feridas.

O número de mortos em áreas controladas pelo governo na Síria subiu para 245, com mais de 630 feridos, segundo a mídia estatal síria. Pelo menos 147 pessoas foram mortas em áreas controladas pelos rebeldes.

Agências de notícias relatam que edifícios desabaram em uma faixa de fronteira entre que se estende das cidades de Aleppo e Hama, na Síria, até Diyarbakir, na Turquia, a mais de 330 km a nordeste.

Equipe de resgate carrega uma pessoa em uma maca de um prédio desabado em Adana, na Turquia Foto: Agência IHA

Quase 900 edifícios foram destruídos nas províncias turcas de Gaziantep e Kahramanmaras, disse o vice-presidente Fuat Otkay. Um hospital desabou na cidade costeira mediterrânea de Iskanderoun, mas não se sabe o total de vítimas.

“Infelizmente, ao mesmo tempo, também estamos enfrentando condições climáticas extremamente severas”, disse Oktay a repórteres.

O epicentro do terremoto foi registrado na região entre as cidades de Gaziantepe e Kahramanmaras, a uma profundidade de 10 a 24 quilômetros, segundo os serviços geológicos dos EUA e da Alemanha, que monitoram fenômenos do tipo em todo o mundo.

Imagens publicadas nas redes sociais logo mostraram os primeiros efeitos do terremoto, com o desabamento de algumas construções. A transmissão da rede de TV estatal TRT mostrou moradores saindo às ruas sob neve para avaliar os estragos em alguns locais.

Também houve sismos secundários, cerca de dez minutos depois do primeiro, de magnitudes que chegaram a 6,7, segundo a agência Associated Press.

Autoridades de Diyarbakir afirmaram que 17 edifícios colapsaram e que há registro de pessoas presas nos escombros. Em Malatya foram mais de cem edifícios atingidos.

O ministro do Interior afirmou que a prioridade nesse momento é resgatar feridos. O serviço geológico americano alertou para o risco provável de um número grande de vítimas. Segundo testemunhas relataram à agência de notícias Reuters, o tremor durou cerca de um minuto. Relatos indicam que seus efeitos foram sentidos também em cidades de países próximos.

O presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, tuitou para manifestar solidariedade às vítimas e destacar que os serviços de emergência e resgate foram acionados, para trabalhar em conjunto sob coordenação da Autoridade de Gerenciamento de Desastres e Emergências (AFAD, na sigla em turco), com apoio dos ministérios da Saúde e do Interior.

“Esperamos superar esse desastre juntos, o mais rápido possível e com o mínimo de danos”, escreveu.

Equipe de emergência busca vítimas no local de um prédio que desabou após um forte terremoto em Diyarbakir, no sudeste da Turquia. Foto: Reprodução.

Na Síria, o regime relatou desabamentos nas cidades de Aleppo e Hama. Na capital, Damasco, pessoas saíram às ruas com medo devido ao tremor —o mesmo ocorreu em Beitute, no Líbano. Cidades de Chipre e Israel também foram afetadas.

A região de Gaziantepe é um importante centro industrial da Turquia. Atravessado por grandes falhas geológicas, o país está entre os mais propensos a tremores do mundo. Em 1999, um sismo de magnitude 7,4 sacudiu a cidade de Izmit, no noroeste, causando mais de 17 mil mortes e deixando mais de 500 mil pessoas desabrigadas.

Em 2011, um tremor de 7,1 na província de Van matou mais de 600 pessoas. Em janeiro de 2020, 40 pessoas morreram durante um sismo de magnitude 6,8 na província de Elazing. Meses depois, em novembro, novo episódio em Esmirna fez quase cem vítimas e provocou um minitsunami que inundou cidades próximas e causou danos severos na costa da Grécia.

A Turquia está sobre o encontro de duas placas tectônicas —uma espécie de bloco que flutua sobre o manto, uma das camadas no interior da Terra.

As placas podem se mexer, de forma divergente (movendo-se em direções contrárias), convergente (chocando-se uma contra a outra) e transformante (movendo-se lateralmente); os dois últimos movimentos costumam causar terremotos.

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Com informações das Agências Internacionais AFP, AP e NYT (via Estadão)

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