Fachada do edifício sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Integrantes da base de apoio do governo temem que posição negacionista do presidente em relação a vacinas e medidas de proteção contra Covid afete negativamente suas próprias campanhas.

Por Andréia Sadi

A indicação de uma vaga de diretoria da Anvisa, que estará aberta em julho, abriu uma guerra nos bastidores entre bolsonaristas negacionistas e integrantes do centrão.

Apesar de o bloco de partidos fazer parte da base de apoio do presidente Bolsonaro, a posição negacionista do presidente em relação a vacinas e medidas de proteção contra a Covid tem gerado críticas de deputados e senadores aliados do governo, que temem reflexos em suas próprias campanhas.

Por isso, há um movimento nos bastidores para demover o presidente de indicar para a vaga da diretoria da Anvisa um nome alinhado com a ideologia do presidente e a do ministro Marcelo Queiroga (Saúde) para a vaga.

Um dos primeiros nomes avaliados, o de Helio Angotti, caiu muito mal no Congresso. Pró-cloroquina, ele agrada Queiroga e a família Bolsonaro – mas o centrão já avisou ao Planalto que ele terá dificuldades no Senado. A indicação para a Anvisa precisa ser aprovada pelo Senado.

Diante da resistência a Angotti, o Planalto tenta emplacar um outro assessor de Queiroga na Anvisa, mas ainda não há confirmação do substituto que terá apoio do Congresso.

Deputados do centrão, por sua vez, querem uma indicação política.

A disputa tem gerado atritos nos bastidores e preocupação na Anvisa.

O nome de Agnotti foi classificado como “assustador”, principalmente após o Secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde defender o kit Covid, rejeitando diretrizes do SUS.

Entre integrantes da Anvisa, a defesa é pela manutenção da diretora Cristiane Jourdan. Apesar de ter sido indicada por Bolsonaro, ela tem sido elogiada por técnicos da agência e conta com o apoio de outros diretores da agência, incluindo Barra Torres.

Com a indicação para a vaga em julho, Bolsonaro quer um nome que também possa se contrapor a Barra Torres, visto, hoje, como inimigo do Planalto.

Com G1

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here