Jair Bolsonaro convocou encontro com ministros em 5 de julho de 2022 para descredibilizar sistema eleitoral e pedir 'reação' antes do pleito Foto: Luiz Santana Foto: Reprodução/O Globo

Em gravação do encontro, obtida pelo jornal ‘O Globo’, Bolsonaro pediu ‘reação’ contra urnas antes das eleições; ministros que participaram do encontro são alvos da Polícia Federal

Por Juliano Galisi

Em reunião ministerial do dia 5 de julho de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu “reação” contra uma alegada fraude no sistema eleitoral – do contrário, o País viraria “uma grande guerrilha”. “Se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições?”, disse o então presidente na ocasião. A gravação do encontro, apreendida pela Polícia Federal (PF) na casa de Mauro Cid, foi obtida pelo jornal O Globo.

Estavam na reunião Anderson Torres (ex-Justiça), general Augusto Heleno (ex-Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (ex-Defesa), Mário Fernandes (ex-chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República) e Walter Braga Netto (ex-Casa Civil). Todos são alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada na quinta-feira, 8, e investigados por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.

‘Todos tem algo a perder’, disse Bolsonaro

O então presidente clamou aos ministros presentes que agissem logo. “Todos aqui, como todo povo ali fora, têm algo a perder”, disse Jair Bolsonaro, referindo-se aos membros da gestão que não estavam presentes na reunião.

Segundo o então presidente, os recursos retóricos, como o discurso pelo voto impresso, já se encontravam esvaziados e outro tipo de ação deveria ser empreendida. “Eu parei de falar em voto imp… e eleições há umas três semanas. Vocês estão vendo agora que… eu acho que chegaram à conclusão. A gente vai ter que fazer alguma coisa antes”, afirma Jair Bolsonaro.

“Vocês sabem o que está acontecendo. Achando que esses caras estão de brincadeira?”, disse Bolsonaro, referindo-se a atores da política nacional que estariam corroborando com uma iminente fraude no sistema eleitoral. “Alguém acredita em Fachin, Barroso e Alexandre de Moraes? Se acreditar, levanta braço? Acredita que são pessoas isentas?”, questionou o então presidente, ao que os presentes no encontro permaneceram calados.

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Com informações do Estadão

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