“Chegou a hora de restaurar a integridade territorial e a justiça para a Ucrânia”, o presidente da Ucrânia

Por Natalia Zinetse

LVIV/ODESSA, Ucrânia, 19 Mar (Reuters) – O presidente Volodymyr Zelensky pediu neste sábado negociações de paz abrangentes com Moscou para impedir a invasão da Ucrânia, dizendo que, de outra forma, a Rússia levaria “várias gerações” para se recuperar das perdas na guerra.

Desde que o presidente russo, Vladimir Putin, lançou o ataque em 24 de fevereiro, as forças russas sofreram pesadas baixas e seu avanço em grande parte estagnou, com longas colunas de tropas que atacaram Kiev parando em seus subúrbios.

No entanto, eles sitiaram cidades, explodindo áreas urbanas em escombros, e nos últimos dias intensificaram os ataques de mísseis contra alvos dispersos no oeste da Ucrânia, longe dos principais campos de batalha no norte e leste do país.

No sábado, o Ministério da Defesa da Rússia disse que destruiu um grande depósito subterrâneo de mísseis e munição de aeronaves na região ocidental de Ivano-Frankivsk usando armas hipersônicas, mísseis que podem viajar a cinco vezes a velocidade do som ou mais rápido.

Mísseis também destruíram rádios militares ucranianos e centros de reconhecimento perto do porto de Odessa, segundo a agência de notícias Interfax, segundo o ministério.

A Reuters não conseguiu verificar os relatórios de forma independente. O escritório de Zelenskiy não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Autoridades ucranianas disseram no sábado que não viram mudanças significativas nas últimas 24 horas nas áreas da linha de frente, observando que as cidades de Mariupol, Mykolaiv e Kherson, no sul, e Izyum, no leste, tiveram combates particularmente pesados.

Volodymyr Zelenskiy, presidente da Ucrânia. Foto: Reprodução.

Mais de 3,3 milhões de refugiados já fugiram da Ucrânia através de sua fronteira ocidental, com mais 2 milhões de deslocados dentro do país. Esforços para evacuar civis de cidades sitiadas através de “corredores humanitários” continuaram.

As autoridades ucranianas disseram que esperam abrir 10 desses corredores no sábado.

Sanções ocidentais sem precedentes destinadas a paralisar a economia da Rússia e matar sua máquina de guerra de fome ainda precisam interromper o que Putin chama de “operação especial” para desarmar seu vizinho e expurgá-lo de “nazistas”. Kiev e seus aliados chamaram isso de pretexto infundado para a guerra.

A MISÉRIA DE MARIUPOL

O Ministério da Defesa da Ucrânia reconheceu na sexta-feira que perdeu “temporariamente” o acesso ao Mar de Azov, uma ligação estratégica com o Mar Negro, depois que a Rússia disse que estava “apertando o laço” em torno do porto de Mariupol, no sul.

Centenas de milhares estão presos lá há mais de duas semanas com o fornecimento de eletricidade, água e calor cortados. Seus blocos de apartamentos da era soviética explodiram em conchas queimadas e corpos não recolhidos encobertos em meio aos escombros uma visão comum.

Equipes de resgate ainda estavam procurando por sobreviventes de um teatro Mariupol que as autoridades locais dizem ter sido arrasado por ataques aéreos russos na quarta-feira. A Rússia nega ter atingido o teatro e diz que não tem como alvo civis.

Em clima desafiador, Putin prometeu na sexta-feira à multidão que agitava bandeiras em um estádio de futebol em Moscou que a Rússia “realizaria absolutamente todos os nossos planos”.

Zelenskiy disse que a recusa em fazer concessões teria um preço alto.

“Quero que todos me ouçam agora, especialmente em Moscou. Chegou a hora de uma reunião, é hora de conversar”, disse ele em um discurso em vídeo no sábado. “Chegou a hora de restaurar a integridade territorial e a justiça para a Ucrânia. Caso contrário, as perdas da Rússia serão tais que você levará várias gerações para se recuperar.”

A Rússia reconheceu pela última vez em 2 de março que quase 500 de seus soldados haviam sido mortos; A Ucrânia diz que o número já atingiu muitos milhares. A Reuters não conseguiu verificar de forma independente a contagem de mortes.

PREPARAÇÃO PARA ESSE DIA

Analistas ocidentais dizem que Moscou parece ter subestimado a resistência que enfrentou na Ucrânia, onde civis que nunca dispararam uma arma até algumas semanas atrás uniram forças regulares para defender seu país.

Em um centro de treinamento em Odessa, um pitoresco porto do Mar Negro e um vibrante centro cultural, jovens profissionais urbanos aprendiam a lidar com armas e aplicar primeiros socorros a feridas no campo de batalha.

“Toda pessoa deve saber lutar, fazer remédios, ajudar seus parentes ou outras pessoas”, disse a designer gráfica Olga Moroz, de 26 anos. Ela estava treinando ao lado de seu namorado, o gerente de vendas de 32 anos, Maxim Yavtushenko.

A instalação vem treinando de 80 a 150 pessoas por dia, todas tentando se preparar para o dia em que as tropas russas que se aproximam da cidade podem finalmente chegar.

Kiev e Moscou relataram algum progresso nas negociações nesta semana em direção a uma fórmula política que garantiria a segurança da Ucrânia, mantendo-a fora da Otan, embora ambos os lados se acusassem mutuamente de arrastar as coisas. consulte Mais informação

Embora a Rússia tenha sido isolada por sanções e ostracizada diplomaticamente, a China é a única grande potência que não condenou o ataque. Os Estados Unidos estão preocupados que uma tábua de salvação de Pequim possa tornar a pressão internacional menos eficaz.

Em uma videochamada na sexta-feira, o presidente Joe Biden disse ao presidente da China, Xi Jinping, que haveria “consequências” se Pequim fornecesse “apoio material” à Rússia na Ucrânia, disse a Casa Branca, e sanções adicionais são uma opção.

Tanto a Rússia quanto a China negam discutir ajuda militar e Pequim diz que quer ver o fim do conflito.

*Com informações da Reuters Internacional 

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