Por Ségismar de Andrade Pereira 

Ainda sob efeito das cenas finais de Velozes e Furiosos 7, me coloco a pensar: O que é uma separação de caminhos? O que é ver uma pessoa querida seguir por onde não gostaríamos que seguisse? Como é perder para outro “destino” uma pessoa que significa tanto para nós?

O desejo de quem ama é que não haja separação, pois espera poder conviver com a pessoa por toda a vida. Mas nem sempre é assim. Afinal, a vida tem bifurcações; a vida tem muitos caminhos.

Acredito que não haja quem seja capaz de lidar tranquilamente com um momento de perda de alguém que lhe seja caro. Existem pessoas que passam por nossa vida de um modo único e especial, e o afastar-se dessas pessoas nunca está no script que riscamos com o próprio punho. Independentemente de como se dá o fim. Independentemente se a separação é construída e planejada ou não, sempre fica alguma coisa (ou muitas coisas) por dizer. Sempre teria algo mais a ser vivido junto.

Para quem fica com a dor do adeus, sempre resta o sentimento de que a outra pessoa se foi muito cedo. Não importa o tempo que durou, sempre foi muito cedo.

Assim como tantos outros representantes da arte de musicar a dor, Nena Daconte, na linda canção “Tenía tanto que darte”, soube poetizar com grandeza esse sentimento:

“Prometo no olvidarlo nunca / Tenia tanto que darte / Tantas cosas que contarte / Tenia tanto amor, / guardado para ti… / Tenia tanto que a veces maldigo mi suerte… / A veces la maldigo… / Por no seguir contigo…”

A dor de quem fica ou foi deixado é profunda e imensa. Mas talvez ajude se você se lembrar de que essa dor só é possível a quem tem a grandeza de conseguir amar. Se você sente dor na partida, então estamos diante de uma pessoa que teve a oportunidade e a capacidade de vivenciar a mais bela e grandiosa experiência da vida – o Amor.

Ah, o Amor. Esse sentimento nobre e sublime que dignifica e engrandece quem sabe acolhê-lo dentro de si.

Então, se a pessoa amada seguiu outro caminho, saiba seguir o seu, mesmo que respeitando seu luto. Não pare na bifurcação que os separou. Você precisa dar seguimento à vida. É provável que ainda exista um longo caminho a percorrer, e você precisa conseguir fazer isso. Pois sua estrada não parou, sua vida não chegou ao fim, ainda que a dor insista em lhe dizer somente isso.

Sim, existe vida no caminho mesmo sem a pessoa amada. Existe alegria pela frente embora a bifurcação esteja trajada de luto. Apesar da separação da pessoa amada, do filho perdido, do pai ou da mãe que se foi, do amigo que seguiu outro caminho, existem flores, pessoas, aromas e sabores que precisam ser vistos, vividos e apreciados.

Assista o Vídeo oficial em homenagem a Paul Walker em “Velozes e Furiosos 7”: https://www.youtube.com/watch?v=RgKAFK5djSk

Da Redação

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

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