Deputado Rafael Prudente, presidente da CLDF.

Medida é reflexo da crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus 

Por Redação*

A Câmara Legislativa do DF aprovou em primeiro turno  na noite desta quarta-feira (01), projeto de lei que reduz em 30% os valores das mensalidades escolares de instituições particulares de ensino do Distrito Federal enquanto durar a suspensão das aulas em decorrência das medidas de combate ao coronavírus. 

A proposta, de autoria dos deputados Rafael Prudente (MDB) e Daniel Donizet (PSDB), chegou a ter sua votação adiada, mas os distritais acordaram em apreciá-la em primeiro turno na noite desta quarta-feira. A votação em segundo turno será na próxima semana, após realização de uma reunião com representantes de pais, escolas e do governo, que poderá acontecer já nesta quinta-feira.

Durante a sessão desta quarta-feira, vários deputados distritais se manifestaram em relação ao projeto de lei. O deputado Chico Vigilante (PT) defendeu a iniciativa e disse que o DF deve servir de exemplo para o restante do País. Para ele, não é correto que as escolas recebam as mensalidades escolares “por um serviço que não vai ser prestado”.

Já o deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT) ressaltou que o mérito do projeto é louvável, mas pode apresentar problemas de constitucionalidade, pois os contratos com as escolas são regidos pelo Código Civil. Veras sugeriu que a Câmara faça a intermediação de uma negociação com alunos, pais e donos de escolas, com apoio do Procon.

Na mesma linha, o deputado Leandro Grass (Rede) defendeu alterações no projeto para aperfeiçoar a proposta e evitar demissões de professores e funcionários, buscando acordo entre as famílias e as escolas. O deputado Martins Machado (Republicanos) destacou a importância da reunião para construir, com bom senso, uma solução em conjunto com os donos de escolas.

Jurisprudência – Na opinião do deputado Fábio Felix (Psol), já existe jurisprudência de que a prestação de serviço educacional é uma relação de consumo e, portanto, pode ser legislada pela Câmara Legislativa. Para ele, o mais importante neste momento é garantir que funcionários e professores não sejam prejudicados, já que as escolas têm gastos menores em várias outras áreas com a não realização das aulas.

O deputado Delmasso (Republicanos) salientou que algumas escolas já se adiantaram e reduziram as mensalidades escolares de todos os seus alunos, numa “atitude sensata dos empresários”. Ao parabenizar o projeto, o distrital sugeriu que o DF se prepare para dar exemplo ao Brasil, transformando a crise numa oportunidade. Para ele, é preciso começar a pensar em iniciativas para estimular a economia local, após o período da crise. Delmasso acrescentou que já iniciou a discussão sobre o assunto e pretende levantar modelos de programas de incentivo e de fomento para apresentar aos deputados. “A responsabilidade de cuidar do futuro é do poder Legislativo”, avaliou.

O deputado Agaciel Maia (PL) disse que o projeto tem o mérito de ter “chacoalhado” o assunto e manifestou preocupação com a situação dos professores, “o elo mais frágil desta relação”. Para ele, o Governo também deve dar sua contribuição, com a redução gradativa de algumas despesas. “Sou contra a redução de salários. Em época de crise, o governo tem que gastar mais”, justificou.

O deputado Eduardo Pedrosa (PTC) parabenizou as escolas que já se anteciparam e estão negociando com as famílias e sugeriu que outros estabelecimentos também abram um diálogo com os pais. O deputado Hermeto (MDB) afirmou que o tema deve ser discutido em profundidade, já que muitos alunos estão preocupados com a manutenção dos valores das mensalidades. O distrital adiantou que apresentou uma emenda à proposta, ampliando a possibilidade de desconto também para faculdades particulares.

Um dos autores da proposta, deputado Daniel Donizet, explicou que a demanda chegou de muitos pais de alunos afetados pela crise do coronavírus. Segundo ele, muitos filhos de comerciantes e empreendedores, afetados pelo isolamento social, estudam em escolas particulares. Para ele, o desconto é justificado já que algumas despesas variáveis das escolas estão sendo reduzidas, como energia elétrica e água.

*Com informações da CLDF

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