Principal partido da base aliada, legenda age para forçar governo a assumir caráter ‘transitório’ e desgastar imagem do ministro da Fazenda

Com a provável confirmação do afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado no fim deste mês, o governo Michel Temer deixará a condição de interino. A gestão definitiva, porém, já começa contaminada pelo cenário eleitoral de 2018, que estimula o PSDB a criticar a área econômica e a figura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

A legenda tucana, principal aliada do governo do peemedebista, quer se preservar como alternativa de poder e age para forçar o governo Temer a assumir um caráter “transitório”. Nesse sentido, tenta carimbar em Meirelles o desgaste pelas concessões feitas pelo Planalto.

O discurso majoritário na legenda é que o chefe da equipe econômica estaria compactuando com a flexibilização de medidas de ajuste fiscal com a intenção de construir uma alternativa eleitoral competitiva fora da “antiga oposição” – PSDB, DEM, PPS e PSB.

Da mesma forma que cobra que Temer abdique de disputar a reeleição, os tucanos querem que Meirelles assuma compromisso semelhante.

Apesar das cobranças por uma maior austeridade, as bancadas tucanas na Câmara e no Senado respaldaram as “bondades” do presidente em exercício nestes três meses de governo interino.

Câmara. O estranhamento do PSDB com o presidente em exercício começou após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defender em entrevista ao Estado, há duas semanas, a candidatura de Temer em 2018 se o governo for efetivado e sua aprovação crescer.

Desde então, o peemedebista vem tentando convencer o meio político, empresarial e financeiro de que não está em campanha para renovar o mandato. O temor é de que o presidente em exercício perca o foco do ajuste fiscal se embarcar no projeto eleitoral.

Apesar da promessa de Temer de ficar fora da disputa, o PMDB defende que pretende ter candidato próprio a presidente.

Filiado ao PSD, Meirelles integra um novo polo político que surgiu da aproximação entre Temer e o ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicação, Gilberto Kassab, presidente da legenda. Em eleições anteriores, Kassab cogitou lançar o atual ministro da Fazenda em disputas majoritárias.

henrique-meirellesNesse cenário, o desgaste de Meirelles interessa aos três postulantes do PSDB, por motivos diferentes. Para o senador Aécio Neves (MG), significaria a implosão de uma aliança (PMDB-PSD), competitiva em 2018; para o governador paulista, Geraldo Alckmin, a consolidação de uma nova força política que teria musculatura suficiente para vencer a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Já para o chanceler José Serra, significaria a derrota de um adversário interno – os dois presidenciáveis da gestão Temer têm visões diferentes da economia: o tucano integra a escola desenvolvimentista e o ministro da Fazenda é um representante da ortodoxia.

As críticas do PSDB a Meirelles se intensificaram após a decisão do governo de abdicar da exigência de que os Estados não poderiam conceder reajustes salariais aos seus servidores por dois anos. O PSDB defendia a inclusão da medida no texto principal do projeto de lei sobre a renegociação das dívidas estaduais, que foi votado no plenário da Câmara. Os tucanos entendem que a medida era desgastante, porém necessária.

Essa seria a contrapartida dos Estados para os benefícios que eles terão do governo federal com a renegociação de suas dívidas. “Se era dispensável, conforme afirmou em seguida o ministro Meirelles, ele deveria ter evitado uma operação que passa a imagem de um recuo”, disse o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA).

Carta. A insatisfação do PSDB com a área econômica ganhou contornos públicos com a divulgação de uma Carta de Formulação do Instituto Teotônio Vilela, o braço teórico do partido.

Após assinalar que a inflação acumulada nos primeiros sete meses de 2016 (4,96%) já supera a meta prevista para todo este ano, o texto diz que o Banco Central “não pode esmorecer” em sua política de combate à alta de preços. E afirma que o governo “precisará, contudo, de um apoio que não teve durante os anos de governo do PT e de que ainda carece com mais nitidez na atual gestão: uma política vigorosa de controle dos gastos públicos. ”

Para o presidente do instituto, o senador José Aníbal (SP), “o que o governo fez até aqui não foi o suficiente”. “Fez anúncios. ” Segundo Aníbal, Meirelles cometeu um erro na semana passada. “Ele disse que, do ponto de vista da renegociação das dívidas dos Estados, contemplar categorias acima do teto (Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas) não era relevante”, disse.

Maior legenda aliada ao Planalto no Congresso, com 55 deputados e 11 senadores, o PSDB pode sair de posição de apoio integral para crítico e, no limite, avançar para a oposição, admitem seus líderes.

Da Redação com informações do Estadão

3 COMENTÁRIOS

  1. EU ACRRDITO NO MEU BRASIL, NÓS PODEMOS SER UMA POTÊNCIA MUNDIAL E SAIR SA MISÉRIA DA BOLSA ESMOLA, DEVEMOS INVESTIR NA EDUCAÇÃO, SAÚDE, SEGURANÇA, TECNOLOGIAS!!! NOS PODEMOS NOS VAMOS CONSEGUIR!!! A PROVA E QUE EM 3 MESES A NOSSA PETROBRAS SUPEROU A SIFRA DOS 300 MILHÕES EM CAIXA *SALDO POSITIVO! AVANÇA BRASIL!!!

  2. O Michel já mostra para o Brasil que entende de gestão Pública! Vejam que em apenas 3 meses a bolsa de valores deu sinal de vida e de lá pra cá estamos assistindo um verdadeiro show de avanço, vamos dar um crédito ao novo presidente que já mostrou que pode ajudar a nação a sair do abismo! O momento e de somar com deseja ver a nação com entusiasmo no cenário local e mundial! Avança BRASIL!!

  3. Durante toda minha vida, como Líder comunitária, e como Presidente da 2 Zonal do PMDB MULHER, e como ex-candidata a deputada distrital, tenho visto, que a especulação política de alguns Senadores, para com os presidentes da República tem cido muito grande e nojenta, não ajudam só atrapalham.
    O PSDB, por sua vez já teve oportunidade de governança por 8 anos, do qual o nosso país não teve crescimento como deveria, a governabilidade do PT, foi a continuação de Fernando Henrique Cardoso, O governo de José Sarney,
    PMDB, até hoje foi o melhor Presidente que o Brasil já teve, e
    que honrou os compromissos do
    nosso país.

    Por isso queremos acreditar no nosso Presidente do PMDB Michael Temer. Pois com apenas três meses
    Como Presidente interino, já mostrou que é capaz de governar o nosso país.

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