Luís Felipe Belmonte. Foto: Delmo Menezes / Agenda Capital

“Não faria movimento contrário nem apoiaria ou incentivaria qualquer movimento contrário à respeitabilidade das instituições”, disse Belmonte

Por Redação*

Em entrevista ao portal de notícias UOL, o advogado e empresário Luís Felipe Belmonte, um dos principais articuladores e vice-presidente do Aliança pelo Brasil, afirmou nesta terça-feira (23), que as investigações que envolvem o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o ex-assessor Fabrício Queiroz, preso, não afetam a formação do futuro partido.

De acordo com Belmonte, a sigla está em processo de coleta de assinaturas e é promovida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), pelo qual se elegeu ao Palácio do Planalto. A expectativa é que o Aliança só conte com candidatos a partir das eleições de 2022.

A entrevista de Belmonte, que é o vice-presidente do Aliança, foi dada aos colunistas do UOL Diogo Schelp e Tales Faria no UOL Entrevista.

Leia trechos da entrevista:

Caso Fabrício Queiroz

Ao ser questionado sobre implicação do senador Flávio Bolsonaro e do advogado Frederick Wassef sobre suposto esquema de “rachadinha” quando ainda era deputado estadual pelo Rio de Janeiro, envolvendo servidores da Assembleia Legislativa, Felipe Belmonte preferiu não comentar sobre o episódio por desconhecer o assunto em profundidade, mas ressaltou que, como advogado, tem de “saber o que outro lado tem a dizer e assegurar o direito de defesa”.

“Eu não conheço muita coisa a respeito desse assunto. Não tenho muito a dizer quanto a isso. […] Não acho que isso afeta o governo. Isso é uma situação pessoal do senador. Ele certamente fará sua defesa. Não podemos fazer um julgamento hoje quando nem denúncia existe. Por isso, acho que não afeta nem o partido, nem a governabilidade”, disse Belmonte.

Embora filiado ao Republicanos, o senador Flávio Bolsonaro também é tido como o vice-presidente do Aliança pelo Brasil. Caso seja comprovado o envolvimento dele em irregularidades, Belmonte disse ser preciso esperar o desfecho das investigações e se referiu a Jair Bolsonaro quando este disse que cada um é responsável por seus atos. Belmonte afirmou que não conversou com o presidente sobre o assunto.

Pandemia e o Aliança

Ao ser questionado sobre a pandemia do novo coronavírus e a participação do presidente no enfrentamento da Covid-19, Belmonte declarou que o STF deu poderes aos governadores e prefeitos para o combate a pandemia. “Mesmo assim o presidente tem feito o que é possível, trabalhando em conjunto Economia/Saúde. A conta está sendo paga pelo governo federal”, afirmou.

O articulador do Aliança afirmou que a pandemia do coronavírus tem afetado a formação do partido. Mesmo assim, avalia que a equipe conseguirá concluir todo o processo necessário a tempo para participar das eleições de 2022.

“A previsão é [de o partido] estar pronto para 2022. Temos uma boa parte de apoiamentos. O que precisamos fazer agora é lançar no sistema. […] É mais o trabalho braçal, de formiguinha, tem que levar no cartório validar, fazer o lançamento no sistema. Esse é o trabalho mais demorado”, disse.

“A pandemia, claro, atrapalhou. A questão toda é que cartórios eleitorais ficaram sem funcionar. Poderíamos até requerer a suspensão do prazo de dois anos em função do prazo que a Justiça ficou parada, mas acredito que não vamos precisar disso. Temos condições de cumprir as metas”, completou.

Belmonte nega financiar atos contra as instituições

Em 16 de junho, Luís Felipe Belmonte foi um dos alvos de uma operação da Polícia Federal sobre atos na Esplanada dos Ministérios. Segundo a PF, ele teria auxiliado na organização de pelo menos uma das manifestações em Brasília.

Na entrevista, Belmonte negou ter qualquer participação com o financiamento e organização desses atos. Ele disse ter ido a somente uma manifestação, em 3 de maio, e que não se pode focar nos pedidos inconstitucionais para menosprezar a ida de apoiadores de Bolsonaro às ruas, porque “99% das pessoas não têm essa pauta”.

“Sou um defensor das instituições. Não faria movimento contrário nem apoiaria ou incentivaria qualquer movimento contrário à respeitabilidade das instituições. […] Quanto ao financiamento, acho que as pessoas não estão entendendo muito bem. Todo o grupo que apoia Bolsonaro vai de graça. […] Meu trabalho com relação ao partido é exclusivamente na contribuição na criação e formação do Aliança do Brasil”, argumentou.

Na avaliação de Belmonte, o mandado de busca e apreensão e a determinação de quebra de sigilo autorizados pelo ministro do STF Alexandre de Moraes foi uma “reação desproporcional”. Outros alvos incluíram o publicitário Sérgio Lima, marqueteiro do Aliança.

Belmonte disse que, como o Aliança não existe, não tem deputados. Apenas “deputados que apoiam o partido” sem evidências de que usaram verba pública para promover eventos antidemocráticos, defendeu.

Mudança de ministros é corriqueiro

Belmonte também afirmou que o presidente Jair Bolsonaro continua alinhado com o combate à corrupção, mesmo com a saída de Sergio Moro do governo.

“O ministro [da Justiça] André Mendonça não me parece menos comprometido com os princípios republicanos. Mudou o ministro, mas não mudou o combate à corrupção. Não vejo enfraquecimento ou mudança de discurso”, falou.

Belmonte concluiu afirmando que todo ministério tem que estar afinado como o presidente Bolsonaro, e é natural que ele coloque pessoas da confiança na Esplanada. Indagado sobre as mudanças nos ministérios da Educação e da Saúde, o vice-presidente do Aliança disse que a alteração de titulares é algo corriqueiro e que os presidentes anteriores fizeram muito mais substituições nos Ministérios. É uma prerrogativa do presidente, pontuou.

Com informações do UOL e Agenda Capital

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