O ex-senador foi preso no mês passado acusado de arrecadar dinheiro para campanhas eleitorais no DF

O juiz federal da Lava-Jato no Paraná, Sérgio Moro, afirmou, nesta segunda-feira (2/5), que o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) deve continuar preso a fim de se evitar que ele cometa novos crimes de lavagem de dinheiro. “Assim, também remanesce o risco para recuperação do produto do crime, tendo o paciente, em liberdade, melhores condições de ocultar seu patrimônio da ação da Justiça e de prosseguir em atos de lavagem de dinheiro”, afirmou o magistrado da 13ª Vara Federal em ofício ao relator do caso no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, desembargador João Pedro Gebran Neto, da 8ª Turma da corte.


Gim foi preso no mês passado sob acusação de arrecadar dinheiro para campanhas eleitorais no Distrito Federal chantageando empreiteiros a fim de que eles não fossem convocados a prestar depoimento em CPIs da Petrobras em 2014. Como revelou o Correio, ele pretendia obter R$ 5 milhões da cada empreiteira. No TRF-4, Gim pede a soltura em um habeas corpus e argumenta que não praticou nenhum crime do qual é acusado pelos delatores da Lava-Jato.

Segundo Moro deve sofrer penalidades após “graves indícios” de práticas criminosas. “Não é aceitável que agentes políticos em relação aos quais existam graves indícios de envolvimento em crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro permaneçam na vida pública sem consequências”, afirmou o magistrado, no ofício ao TRF-4.

Conexões políticas
Ele disse que o fato de Gim não estar mais no Senado não diminui o seu poder de influência sobre as investigações. “Evidentemente, o mero fato do paciente não ter sido eleito senador da República em 2014 não lhe privou do poder político e econômico que lhe confere condições de interferir na vida pública”, afirmou Moro. O magistrado destacou que, apesar de ter determinado o confisco de R$ 5 milhões nas contas de Gim e do publicitário Paulo Roxo, apontado como seu operador no esquema, apenas R$ 52 mil foram efetivamente localizados na contas bancárias no Brasil. “Não houve ainda recuperação do produto do crime, de pelo menos cerca de cinco milhões de reais.”

Ontem, Moro determinou que Gim, o empresário Ronan Maria Pinto e o ex-marqueteiro do PT João Santana fossem transferidos de carceragem. Eles deverão sair da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba e serem levados para o Complexo Médico Penal de Pinhais (PR), na região metropolitana da cidade. O juiz atendeu a um pedido do delegado Regional de Combate ao Crime Organizado da PF no Paraná, Igor Romário de Paula. A mulher de Santana, Mônica Moura, deverá ser transferida para um presídio feminino.

Da Redaçao com informações do Correio

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

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