Posse da procuradora geral da república Raquel Dodge. Foto: Rafaela Felicciano

A solenidade teve início às 8h, no auditório Juscelino Kubitschek, da PGR. Raquel Dodge ocupa a cadeira deixada por Rodrigo Janot

Por Juliana Cavalcante

Em uma cerimônia rápida, de cerca de 30 minutos, Raquel Dodge tomou posse nesta segunda-feira (18/9) no cargo de procuradora-geral da República. A nova chefe do Ministério Público Federal (MPF) ocupa a vaga deixada por Rodrigo Janot, que atuou à frente da instituição por quatro anos. A solenidade teve início às 8h, no auditório Juscelino Kubitschek, da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília.

Após a execução do hino nacional, Temer e Dodge assinaram o termo que dá posse no cargo à procuradora-geral da República. Em seguida, a procuradora-geral falou aos presentes. “Recebo com humildade o precioso legado de serviço à Pátria forjado pelos procuradores que me antecederam. O Ministério Público deve promover justiça, promover a democracia, zelar pelo bem comum, garantir que ninguém esteja acima da lei e que ninguém esteja abaixo da lei”, disse.

“Estou ciente da enorme tarefa que está diante de nós e da legitima expectativa que seja cumprida com equilíbrio, firmeza e coragem com fundamento na Constituição e nas leis”, continuou.

Compuseram a mesa o presidente da República, Michel Temer, a presidente do STF, Cármen Lúcia; a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge; o presidente da Câmara, Rodrigo Maia; e o presidente do Senado, Eunício Oliveira. Entre os presentes à sessão, os ministros do STF Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes.

Também compareceram o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra da Silva Martins Filho, além do ex-procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Primeira mulher a ocupar o cargo, Raquel Dodge foi indicada em junho pelo presidente Michel Temer como procuradora-geral da República, a partir de lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Seu nome foi aprovado pelo Senado em julho, com 74 votos favoráveis e um contrário, além de uma abstenção. A nova procuradora-geral da República será a primeira representante do DF a ocupar o cargo.

Além da cadeira, Raquel Dodge herda de Rodrigo Janot polêmicas da gestão anterior relacionadas à Operação Lava Jato e inquéritos em aberto no Supremo Tribunal Federal. A troca de comando do órgão ocorre uma semana após Janot denunciar o presidente Michel Temer e boa parte da cúpula do PMDB.

Perfil
Natural de Morrinhos, interior de Goiás, Raquel Dodge é formada pela Universidade de Brasília (UnB) e construiu sua carreira na capital federal. Mestre em direito pela Universidade Harvard, a nova PGR ingressou no Ministério Público Federal em 1987 e foi membro suplente da 3ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, responsável por temas envolvendo consumidor e defesa da ordem econômica.

Também integrou a 6ª Câmara (Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais) na época de sua implantação, e comandou a 2ª Câmara (Criminal) até 2014, período em que o MPF passou a investir em ações penais contra agentes de repressão no regime militar. Atuou também na equipe que redigiu o I Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil, e na I e II Comissão para adaptar o Código Penal Brasileiro ao Estatuto de Roma.

Dodge é notória por seu perfil técnico e reservado. Foi ela a responsável por denunciar ao STJ os envolvidos no maior escândalo de corrupção na história do DF, a Caixa de Pandora. Nada menos do que 37 réus estão arrolados nos processos criminais da operação brasiliense. Atuou ainda, em primeira instância, na equipe que processou criminalmente Hildebrando Paschoal, condenado por liderar um esquadrão da morte e por integrar uma quadrilha criminosa no Acre.

Da Redação com informações do Metrópoles

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