Secretario de Saúde do DF, Humberto Fonseca. Foto: Reprodução

Por Delmo Menezes

O secretário de Saúde do DF, Humberto Fonseca, usou o seu perfil pessoal no Facebook, na noite desta quinta-feira (8), para fazer duras críticas ao portal Metrópoles, referente a matéria intitulada “um discurso bonitinho, mas ordinário, hein, secretário de Saúde”?

De acordo com o portal Metrópoles, o secretário de saúde do Distrito Federal, Humberto Fonseca, festejou publicamente o desfecho do resultado de um sequestro que ocorreu nas barbas da instituição.

A reportagem critica a atuação do secretário que deveria se empenhar em administrar melhor os insumos que abastecem os hospitais, providenciar o conserto de equipamentos quebrados, além de contratar mais médicos.

Segundo o Metrópoles, Humberto Fonseca deveria deixar a imprensa fazer o seu trabalho e a polícia o dela. “Cada um no seu papel e teremos uma sociedade melhor, mais segura e vigiada”.

Veja íntegra da postagem do secretário de Saúde

Sobre irresponsabilidades

 Li, com muita surpresa, o ataque contra mim desferido pelo site Metrópoles. Aqui, ao comentar o desfecho feliz do caso do sequestro de um bebê no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), lamentei a divulgação irresponsável de informações sigilosas que poderiam ter prejudicado as investigações em curso e colocado a perder o trabalho da Polícia Civil.
 
Na postagem, não mencionei que a divulgação tinha sido feita por um veículo de imprensa. Muito menos que o veículo de imprensa tinha sido o Metrópoles. Mas o site vestiu a carapuça. E, ao fazê-lo, reagiu mal ao que, a meu ver, foi, sim, irresponsabilidade.
 
Não há qualquer discussão quanto ao fato de que houve falha no sistema de vigilância do HRAN, que possibilitou à sequestradora entrar no hospital e levar o bebê. A direção do HRAN colocou-se à disposição para todos os esclarecimentos, admitiu as falhas e informou que estava revendo e tornando mais rigorosos seus protocolos de segurança a partir do detalhamento das investigações. O caso vale também de lição para as demais unidades da saúde, que também reforçarão seus protocolos.
A SES está trabalhando para resolver a questão da instalação das câmeras de vigilância, que foram adquiridas e pagas em 2012 em um processo considerado ilegal, em razão de a ata de registro de preços estar vencida. Consultamos o Tribunal de Contas do Distrito Federal para saber se poderíamos ao menos concluir o contrato, pagando pela instalação, e a resposta, a partir da decisão 5485/2016, foi negativa. Vamos licitar esse serviço, como manda a lei, mas esse processo leva tempo.
 
Ocorre, porém, que as falhas de vigilância no episódio não podem servir para justificar que outras falhas ocorram por parte de instituições que igualmente precisam ter responsabilidade. Caso da imprensa. Felizmente, o episódio concluiu-se com a criança sã e salva e a identificação da sua algoz, que precisa de ajuda terapêutica. Mas o desfecho poderia não ter sido esse, a partir do momento em que foi publicada uma foto da sequestradora e outras informações sigilosas da investigação.
 
Há um entendimento, até internacional, que estabelece que informações sobre sequestro não sejam publicadas enquanto a investigação está em curso. Por razões óbvias. O sequestrador, sabendo que já está identificado ou que já se sabe sua localização, certamente irá reagir. Tentará fugir. Numa situação extrema, poderá até mesmo matar sua vítima, livrando-se de uma testemunha e da prova material do crime.
É preciso entender os perigos adicionais a que o pequeno Jhony foi exposto. Reconhecer o erro é o mínimo que se pode exigir num caso como esse. Reforço minha comemoração pela saúde de Jhony. Que todos possamos, humildemente, aprender com o episódio.
Da Redação do Agenda Capital

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