Foto: reprodução internet

O líder não necessariamente é o chefe. Ele pode ser o colega que se senta ao seu lado, mas que te inspira através do conhecimento e das atitudes

Por Manu Berger*

Algumas notícias arrebataram o mundo dos negócios nas últimas semanas e nos fizeram refletir qual é o nosso papel na nossa empresa e para a nossa marca. Por conta de todas as rupturas com a pandemia do COVID-19, Bob Iger – ex CEO e atual presidente do conselho de administração da “The Walt Disney Company”, maior empresa de mídia do mundo, vai abrir mão de seu salário para evitar demissões de seus subordinados. Para se ter uma ideia, em 2019, Iger recebeu por volta de 3 milhões de dólares (algo em torno de 15,5 milhões de reais) e o valor total de 47,5 milhões de dólares, equivalentes a 246,3 milhões de reais, referentes aos bônus e ações.

No mundo da moda, os estilistas mais conhecidos no mundo foram pelo mesmo caminho e optaram por não arrecadar seus salários para evitar maiores impactos nesse período de crise e impedir ainda mais demissões nesse segmento.

Depois que soube do afastamento não remunerado de seus funcionários nas lojas, Ralph Lauren anunciou que não irá receber seu salário de 11 milhões de dólares (mais ou menos R$ 56 milhões de reais).

Seguindo esse comportamento, para manter empregos e flexibilidade financeira de toda a empresa, outros profissionais do Grupo Capri Holdings tomaram a mesma medida, entre eles os diretores criativos Michael Kors, Donatella Versace e Sandra Choi da Jimmy Choo. A iniciativa foi voluntária e tem validade de 1 ano.

Analisando essa tendência me peguei pensando sobre o desempenho de um “chefe” diante de sua equipe. Você se considera gestor ou líder?

John Kotter, professor da Universidade de Harvard, qualifica que a liderança tem como foco principal a capacidade de inspirar pessoas e criar uma missão. Com isso, ele motiva as pessoas a sua volta com um propósito e se destaca não por seu cargo, mas sim por sua vocação. Já o gestor está completamente ligado ao controle. Ele se guia e se move por um plano que deve ser seguido daquela exata maneira e todos precisam ser coordenados de acordo com seu específico papel.

O líder não necessariamente é o chefe. Ele pode ser o colega que se senta ao seu lado, mas que te inspira através do conhecimento e das atitudes. Ele questiona os processos da empresa quando percebe outros caminhos mais brilhantes para o futuro. Mas, ao fazer isso, também se faz confiante justificando sua visão e participa de todo o processo, lado a lado, até alcançar o resultado.

O gestor tem um cargo mais alto justamente porque precisa delegar sua equipe. Ele quer resultado imediato, com foco no planejamento e no presente. Dispõe de metas, organiza tarefas e horários e seu único jeito de se tornar influente é por tomar conta dos setores abaixo dele.

Avaliando tudo o que foi dito e, assim, criando um conceito dentro de um panorama atual, é possível afirmar que não há certo ou errado. Ser líder não é melhor ou pior do que ser gestor. É primordial saber identificar a necessidade de desenvolver as duas habilidades e aplicar cada uma em seu devido momento.

Sua equipe precisa estar estimulada da mesma forma que precisa entender a necessidade de seguir uma estrutura. Muita gente sofre por ter que se definir entre um desses papéis ou sofre porque acredita que é necessário desempenhar apenas um deles. É claro que em uma visão mais ampla, nem todos os chefes conseguirão encontrar todos os ingredientes para misturar essas duas receitas e é esse o exercício que terão que fazer daqui pra frente.

O mercado se tornará muito mais exigente e seus funcionários estarão em buscas de empresas com representatividade, história e é onde encontrarão um líder. Mas esse mesmo funcionário vai precisar enxergar as etapas de se consolidar naquele lugar e, nesse momento, encontrará seu gestor. Seja capaz de proporcionar os dois e amplie suas habilidades.

*Manu Berger é graduada em Direito e trabalhou durante anos como diretora financeira de uma grande organização. Se especializou no mercado de luxo na Itália, França e Brasil em Gestão do Luxo nos mais reconhecidos institutos internacionais e nacionais, como o Instituto Marangoni em Milão. Hoje, sendo a principal referência na área, atua como CEO do portal Terapia do Luxo, o mais importante portal de conteúdo sobre o universo do alto padrão da internet brasileira e Diretora da TdL Agency, agência de comunicação integrada especializada em atender clientes do mercado de luxo. (via portal Administradores).

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